Imagem - Estadão por Roberto Tardelli - do Justificando - 06/04/2017 Riram. Ouvem-se risos da plateia que achou graça; riram quando o mais abjeto sub-produto da cultura do ódio que nos une, afirmou, solene e para quem quisesse ouvir, que, em “visita” a um quilombo, o afrodescendente mais magro pesava sete arrobas, que sequer para reproduzir serviria . Utilizou-se, não à toa, de uma unidade de massa que se pratica no comércio do boi de corte, no matadouro ou nos frigoríficos. Explicitamente, animalizou os moradores das comunidades quilombolas, não sem antes assegurar que nenhuma demarcação de terra indígena deveria ser feita. Disse de forma jocosa, irônica. Os que riram, por certo o fizeram porque concordavam com o sarcasmo daquele um, cujo nome me soa impronunciável como o pior dos palavrões. Sórdido, conhecido como sórdido, o que disse estava à altura de seu nefasto repertório. Quem diz isso na frente de todos, deve dizer coisas muito piores na sua intimidad...