POR FERNANDO BRITO · 10/03/2018 . O parágrafo final da coluna de André Singer, hoje, na Folha , onde ele trata da judicialização da política onipresente na política brasileira, traz um paradoxo e faz uma pergunta que, ao que penso, está visivelmente respondida: É um erro imaginar que vivemos quadro de exceção. Criou-se um “novo normal”. Acusações, inquéritos, sentenças, recursos tornaram-se tão centrais quanto propostas macroeconômicas. Resta saber se, em meio a coletes blindados, denúncias e togas, a soberania popular conseguirá sobreviver. O paradoxo, claro, é falar num “novo normal”, o que, na organização das sociedades implica ter havido nelas uma transformação essencial, com mudanças nas ordens de dominação político-econômicas e em seus conflitos. Uma revolução, por exemplo. Não há nada sequer perto disso no Brasil, é claro: o sistema econômico é o de sempre, com a prevalência incontrastável do setor financeiro, a submissão do Estado e de seus recursos a...