. por Carlos Norberto Souza - no Infoecritica - 06/06/2018 O curta de animação Happiness (2017), do ilustrador e animador inglês Steve Cutts, mostra o cotidiano frenético de uma população de ratos antropomorfizados (ganharam características humanas) em uma sociedade contemporânea, urbana, consumista e individualista. Em uma cidade superpopulosa, como nossas metrópoles ou megalópoles, os ratos são arrastados por um fluxo caótico que parece levar a lugar nenhum, conforme letreiros de trânsito e do metrô informam (“lugar nenhum”, em inglês, nowhere ), onde a competição é incitada ao extremo, o que leva ao isolamento social e ao individualismo — qualquer semelhança não é mera coincidência. Esta cidade fictícia é bombardeada pela publicidade, que oferece a promessa da felicidade, mas que na verdade é um simulacro de felicidade, frágil, superficial, incompleto, passageiro. Neste contexto, o consumo desenfreado é a busca da realização desta promessa.