. POR NILSON LAGE, COLABORAÇÃO PARA O TIJOLAÇO · 06/07/2019 Se na China houve uma revolução cultural, no Brasil também, embora restrita às elites. E em nenhum outro setor a mudança revelou-se mais chocante do que no meio militar. As forças armadas brasileiras, reformuladas e orgulhosas de feitos na guerra contra o Paraguai, amadureceram, no final do Império, ao embalo de um positivismo herdado, em tese, de Augusto Comte, mas que, na prática, refletia o cientificismo lógico que se formulava por aquela época na Europa e aqui chegava por via das escolas militares de onde saíam formados oficiais e engenheiros. Na República Velha, que o civilismo conduziria ao domínio das oligarquias mais poderosas (de Minas Gerais e, crescentemente, de São Paulo) e daí à estagnação e à dependência, o Exército abrigou oposição nacionalista e modernizadora. O movimento dos jovens oficiais que pegaram em armas, por várias vezes, na década de 1920, chegou ao poder, afinal, no vácuo do comércio ext...