CNBB apoia sindicatos e movimentos sociais contra reformas do governo Temer

AGENDA DE RESISTÊNCIA
Dom Leonardo reforçou importância de esclarecer a sociedade sobre riscos das reformas da Previdência e trabalhista e ressaltou a importância dos sindicatos para a defesa da democracia e dos direitos
por Redação RBA publicado 06/04/2017 
LUCIANA WACLAWOVSKY/CUT
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Reunião serviu como ponto de partida do diálogo entre as centrais e os movimentos sociais
São Paulo – O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, recebeu o presidente da CUT, Vagner Freitas, o diretor nacional da CTB Paulo Vinícius Santos da Silva, o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, e o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) Vitor Guimarães. As tentativas de reformas promovidas pelo governo Temer foram o tema da reunião.

O encontro ocorreu na sede da CNBB nesta quarta-feira (5), em Brasília, e serviu como ponto de partida do diálogo entre as centrais e os movimentos sociais com a mais importante autoridade católica do país. Para o bispo, hoje a população precisa ter conhecimento das medidas que estão sendo tomadas pelos três poderes que comprometem as garantias já conquistadas desde a redemocratização. "É o momento de chegarmos nas pessoas pois a mídia não está possibilitando fazer com que a população entenda a gravidade do que está acontecendo e o que aparece nos meios de comunicação é muito favorável  às reformas", analisou Dom Leonardo.
Vagner Freitas pediu apoio da CNBB à greve geral que será organizada pelas centrais sindicais no dia 28: "Precisamos de apoio mais que político, humanitário! Hoje o aposentado é arrimo de família com o benefício da previdência, pois a maioria dos filhos e netos estão desempregados". Vagner reafirmou que a nota da CNBB foi fundamental para alertar a sociedade dos malefícios da reforma da Previdência.
Para o representante da CTB, o país vive um momento grave de ataque à democracia que se expressa também nas medidas contra os trabalhadores. "Isso faz parte de um processo de desestabilização em toda América Latina", observou Paulo Vinícius. Índio, da Intersindical, disse que a Igreja tem capilaridade para aprofundar o debate. "É importante trazer elementos para a sociedade se proteger dessas medidas."
Dom Leonardo ressaltou a importância dos sindicatos e dos movimentos sociais para a defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores. O bispo se comprometeu, ainda, a levar à Assembleia Geral da CNBB, programada para 26 de abril a 5 de maio, o resultado da reunião como subsídio para redigir uma mensagem aos trabalhadores no 1º de Maio. Ele também manifestou preocupação com a situação dos povos indígenas, que ficaram ainda mais vulneráveis devido às medidas de desmonte das políticas indigenistas realizado pelo governo Temer.

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