Eles não têm vergonha: mídia dos EUA pede abertamente um golpe na Venezuela

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Sputnik News - 07/06/2018 - 22:49

Se você seguiu a mídia americana nos últimos tempos, provavelmente já ouviu falar que se intrometer em assuntos de nações estrangeiras é uma coisa ruim - mas parece que a visão muda drasticamente quando os EUA são quem está protagonizando a interferência.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro foi reeleito em maio, no que Washington classificou como "farsa". Em resposta, o governo do presidente Donald Trump aplicou novas sanções ao país sul-americano e aparentemente não estará feliz até que Maduro e seu regime socialista se amontoem e desapareçam.

Confirmando que ou você está com Washington ou está contra, um ex-funcionário dos EUA que trabalhou como administrador assistente para a América Latina na Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional pediu abertamente um golpe militar — e a revista Foreign Policy publicou seus pensamentos.
José R. Cárdenas argumentou que "o diálogo ou a diplomacia não podem trazer uma solução" e insiste que um golpe militar é uma opção mais atraente. Cabe aos EUA, ele escreve, convencer os militares venezuelanos de que eles "têm uma responsabilidade única de resgatar seu país do abismo" e que eles devem se levantar e se livrar de Maduro pela força. São os militares, escreve ele, que estão em melhor posição para "restaurar uma democracia constitucional legítima".
Preocupada com a situação do povo venezuelano, Cárdenas também apregoa os benefícios do "isolamento diplomático e econômico", que certamente faria maravilhas aos cidadãos comuns. Graciosamente, Cárdenas aceita que tal plano "implica risco", mas argumenta que é "improvável" que os militares procurem governar permanentemente.
Mas os pedidos de Cárdenas por um golpe dificilmente poderiam ser uma surpresa. Está longe de ser a primeira vez que oficiais atuais ou antigos dos EUA pediram publicamente a destituição do presidente venezuelano.
Em fevereiro, o senador da Flórida, Marco Rubio, pediu publicamente um golpe militar na Venezuela no Twitter, dizendo que o "mundo iria apoiar" as Forças Armadas se elas se levantassem para remover Maduro.
Os comentários de Rubio seguiram comentários semelhantes do então Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, que sugeriu um golpe militar durante uma aparição na Universidade do Texas — sem realmente usar esses termos explícitos.
"Na história da Venezuela e dos países sul-americanos, muitas vezes os militares são os agentes da mudança quando as coisas estão ruins e a liderança não pode mais servir ao povo", disse Tillerson.
Mas não são apenas funcionários do governo. Até mesmo o aclamado jornal The New York Times entrou na ação, publicando um editorial sobre como Maduro "deve sair" e discutindo a melhor maneira de "se livrar" dele — embora a publicação conseguisse se conter um pouco e não exigisse um golpe direto.


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