FILHO DE “MISSA”, GOLPISTA DE PRIMEIRA HORA, QUER IMPEDIR O CURSO SOBRE O GOLPE NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

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O pai foi um dos articuladores do impeachment de Dilma Rousseff, segundo o senador Heráclito Fortes: José Carlos Aleluia (DEM-BA).
Em Brasília, Aleluia tramou com o próprio Heráclito (muito próximo da TV Globo, para o qual o golpe de 64 continua sendo “Revolução”), com Jarbas Vasconcelos, Benito Gama, Rubens Bueno, Raul Jungmann e Mendonça Filho.
Estes dois últimos foram agraciados com ministérios por Michel Temer. A Mendonça coube o Ministério da Educação, através do qual começou toda a polêmica.
Agora, é o filho de Aleluia, o vereador Alexandre Aleluia, que pretende proibir o curso sobre o golpe na Universidade Federal da Bahia.
Ele é vigoroso defensor do Escola Sem Partido.

“Eu costumo dizer que o Escola Sem Partido é mais do que um projeto, é um movimento que procura dar um pouco de poder aos pais para defenderem seus filhos de doutrinação ideológica”, afirmou em entrevista quando era candidato a vereador.
Alexandre entrou com mandado de segurança contra o curso “Tópicos Especiais em História: o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, criado pelo professor Carlos Zacarias.
O juiz federal Iran Leite negou a liminar, mas chamou para depor o professor Zacarias e o reitor da UFBA, João Carlos Salles.
Zacarias, que é doutor em História, recebeu solidariedade do Psol.
Na nota, a seção estadual do partido denunciou:
“Não demorou e o professor Carlos Zacarias e demais docentes tornaram-se alvos do ódio das hostes fascistas que inundam as redes sociais. Postagens com discursos xenófobos, defesas acaloradas da ditadura para varrer o comunismo e até mesmo ameaças de agressão física contra o professor e seus familiares”.
Também denunciou o herdeiro político de Aleluia:
“Na sua argumentação, o vereador, líder do DEM na Câmara municipal de Salvador e base aliada do governo golpista de Michel Temer, demonstra sua total ignorância sobre a realidade das Universidades brasileiras ao dizer que são instituições aparelhadas e que servem quase que unicamente para formar militantes e não pensadores.
Alexandre, o vereador, esteve no plenário da Câmara no dia da votação do impeachment, quando seu pai disse que Dilma tinha “roubado” na refinaria de Pasadena, na Petrobras e em Belo Monte.
Com o pai, foi a manifestações pró-impeachment em Salvador, na presença, entre outros, de Geddel Vieira Lima, de camisa verde estampada com Fora Dilma, então com mais de R$ 50 milhões estocados em um apartamento da capital baiana.
Agora, o vereador se insurge contra a disciplina do golpe porque, afinal, a família foi decisiva para que acontecesse.
José Carlos Aleluia, que denunciou a corrupção alheia no dia do impeachment, foi acusado por dois delatores, José Carvalho Filho e Claudio Melo Filho, de ter recebido R$ 580 mil da Odebrecht nas eleições de 2010 e 2014, depois de prometer que daria apoio aos pleitos da empreiteira no Congresso. Ele nega.
O apelido de Aleluia nos bastidores da Odebrecht, segundo os delatores, era “Missa”.
O deputado responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal.
Foi a iniciativa do ministro Mendonça Filho, parceiro de Aleluia, de questionar um curso sobre o golpe oferecido na Universidade de Brasília — ameaça aparentemente não cumprida — que levou várias universidades a seguir o exemplo da UnB, dentre as quais a UFBA.
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