A chave-mestra das catracas
Uma metrópole é uma correlação de forças dominada pelo poder das corporações imobiliárias e do capital financeiro. São eles que formam o ‘gabinete sombra', a verdadeira ‘mãos invisível' que reduz essa segunda natureza, a grande obra de arte da humanidade, que são as cidades, a um ajuntamento comatoso disciplinado por catracas. Obras, planos, licitações, enfim, arranjos e negócios pouco ou nunca identificáveis com as urgências de seus habitantes. A entrevista de Ermínia Maricato a Rose Spina, da revista Teoria e Debate, publicada em Carta Maior , merece um olhar atento. É esclarecedora de como essa usina de exclusão captura os espaços e interdita as melhores intenções. Ora convertendo-os aos seus desígnios; ora anulando-os; ora destruindo-os com tudo o que tem em cima. Gente, favelas, urgências, esperanças, clamores... Leis, planos e códigos desprovidos de uma contrapartida de forças que os sustentem, diz a arquiteta que ajudou a implantar o Ministério das Cidades e o