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Comércio ambulante: sob as franjas do sistema

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Vendedores ambulantes na rua 25 de Março, em São Paulo As engrenagens do poder em cidades como Rio e São Paulo têm condicionado políticas que colocam a informalidade em um lugar com pouquíssimo acesso aos direitos por André Alcântara, Geilson Sampaio e Luciana Itikawa — publicado 30/11/2013 09:58, última modificação 30/11/2013 10:21 Definir uma política para a economia informal - ou mais especificamente para o comércio ambulante - significa situá-la em contextos de desigualdade, entendendo de que maneira ela se relaciona com a economia formal e de que forma ela é funcional para a manutenção dos monopólios de poder político e econômico. Dependendo do contexto, o poder público formula políticas considerando o caráter provisório do trabalho informal, justificando políticas de formalização com a crença de uma possível “erradicação” da informalidade.

O tiro de Obama saiu pela culatra

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Obama durante evento de arrecadação de fundos do partido Democrata na segunda-feira 25, em San Francisco, na Califórnia. Nas eleições legislativas, o Obamacare pode derrubar o partido A reforma do sistema de saúde proposta pelo presidente democrata decepciona o eleitor e pode abalar seu segundo mandato por Eduardo Graça — publicado 29/11/2013 De Nova York Presidente Pinóquio. Rei da incompetência. Senhor da presunção política. Esses foram alguns dos epítetos associados a Barack Obama nas últimas semanas, e não por comentaristas ou meios de comunicação associados à direita raivosa. A capa mais recente do semanário britânico The Economist traz o presidente dos EUA de terno e gravata, com o oceano no pescoço, e o título “O homem que um dia andou sobre as águas”. A da Time, ilustrada com uma pílula de aspirina partida ao meio, é ainda mais direta: “A promessa quebrada”. A revista pergunta, em tom pessimista: “Ainda é possível salvar o Obamacare? O que será da segunda administraçã

A mídia e o mensalão

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A prisão dos condenados no processo conhecido como Mensalão mobilizou a mídia nacional no feriado de 15 de novembro. As principais emissoras de televisão transmitiram as prisões ao vivo e programas jornalísticos deram grande destaque ao assunto com uso de câmeras exclusivas e recursos de arte para mostrar ao espectador detalhes das celas e da penitenciária em Brasília. Os jornais impressos ampliaram o espaço para o fato principal, o mesmo se refletiu nas revistas semanais, nos sites jornalísticos e nas redes sociais. A espetacularização da detenção dos réus e de todo o processo foi turbinada pelas transmissões das sessões do Supremo Tribunal Federal. Para os especialistas, a mídia teve um papel central no julgamento do Mensalão e os holofotes da mídia podem ter influenciado a decisão do STF.

Os analfabetos políticos das redações

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Postado por Paulo Nogueira Você certamente conhece os analfabetos políticos, os APs. Brecht dizia que nada havia de pior que eles, porque acabavam deixando a política nas mãos de pessoas como, bem, como Roberto Marinho, para trazer o assunto para um cenário brasileiro. Os APs estão em toda parte, até mesmo nas redações de grandes jornais e revistas. Os leitores podem imaginar que as redações sejam compostas de pessoas altamente politizadas, a negação dos APs. Mas não é assim. Considere. Recentemente, houve uma troca de tuítes entre Barbara Gancia e mim. A encrenca começou quando ela escreveu que estranhava Dirceu estar preso e Palocci não.

A opinião pública como gado

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O documentado condomínio entre o PSDB, cartéis e a prática sistêmica de sobrepreço nas licitações do metrô paulista era do conhecimento da mídia desde 2009. por: Saul Leblon A régua seletiva da emissão conservadora vive mais uma quadra de exibição pedagógica. Vísceras, troncos e membros do grupo proprietário do Hotel Saint Peter, em Brasília, no qual trabalhará o ex-ministro José Dirceu, por apreciáveis R$ 20 mil, diga-se  – se fossem R$ 5 mil ou R$ 10 mil as suspeitas seriam menores?--  estão sendo trazidos a público em cortes sugestivos. Chegam desossados e moídos. Salgados e pré-cozidos, basta engolir, sendo facilmente digeríveis em sua linearidade. Sem guarnição, recomenda o chef. Assim costuma ser, em geral, com as informações que formam o cardápio de  fatos ou acusações relacionados ao PT.

"Queremos combater o narcotráfico ao roubar-lhe o mercado"

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José Mujica: "Queremos combater o narcotráfico ao roubar-lhe o mercado" Comandante do Uruguai fala a ZH sobre a legalização da maconha e outros temas Léo Gerchmann leo.gerchmann@zerohora.com.br De alpargatas, cabelos desalinhados, barba por fazer, o indefectível bigode de cantor de tango e a simplicidade que o mundo aprendeu a ver como autêntica, o presidente do  Uruguai ,  José Alberto Mujica Cordano , ou simplesmente Pepe Mujica , 78 anos, recebeu ontem Zero Hora em sua chácara de Quincho Varela, distante 20 minutos do centro de  Montevidéu . Mujica é amável. Na entrada de madeira da propriedade, a já famosa cachorrinha perneta Manuela aproxima-se dos visitantes, aceita os afagos. Há outros dois cães e um gato à porta da residência, mas só ela acompanha o homem que governa 3,5 milhões de uruguaios. A chácara é o seu recanto do ex-guerrilheiro tupamaro, em meio a livros, flâmulas e recordações. Ali, produz seu próprio Tannat e planta acelga, beterraba e flores. A ún

O ministro de Estado da Justiça não pode aceitar ser chamado de 'vigarista' e 'sonso'.

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Heloisa Cristaldo Repórter da Agência Brasil Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (28) que processará criminalmente e por danos morais as pessoas que o ofenderam no caso de investigação do Metrô de São Paulo. No entanto, o ministro não especificou os nomes de quem pretende acionar judicialmente. “Todos, sem exceção, os que me chamaram de vigarista, de membro de quadrilha, de sonso, e outras adjetivações 'tão elegantes', serão processados criminalmente”. “O ministro de Estado da Justiça não pode aceitar ser chamado de 'vigarista' e 'sonso', no sentido de dissimulado. [Não pode] aceitar ser chamado de membro de quadrilha e não reagir, ele não defende seu cargo, porque esse é um cargo de Estado. Acusar um ministro de vigarista é inaceitável e atinge o próprio cargo”, ressaltou, em entrevista coletiva.

Zezé Perrella, a cocaína e o sobrenome roubado

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Zezé Perrela e sua mulher, Renata Bessa Postado em 29 nov 2013por : Kiko Nogueira Para onde ia a cocaína apreendida no helicóptero da família Perrella? Segundo a Polícia Federal, para a Europa. Os 450 quilos foram avaliados em 10 milhões de reais. Com o refino, pode chegar a dez vezes isso. É a maior apreensão já ocorrida no Espírito Santo, a segunda maior do ano. É uma operação milionária. O piloto avisou que receberia 60 mil pelo transporte. Quatro pessoas acabaram presas e foram levadas à Superintendência da PF, em São Torquato, Vila Velha. A polícia investigava a área. O sítio, que valeria 300 mil, teria sido comprado por cerca de 500 mil por um laranja, o que despertou a desconfiança da comunidade. O “grande” traficante, no Brasil, é visto ainda como o sujeito que mora no morro, tem cara de mau, torce para o Flamengo e vive numa “mansão” (a cada invasão de favela aparece uma jacuzzi vagabunda que os telejornais classificam como “uma das mordomias” de Pezão, Luizão, Je

Quando a nação tem culpa em cartório

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Muitos italianos não quiseram perceber naquele que os governava um bufão embusteiro, que nada vez pelo país, apenas e tão somente por si mesmo Por que na pátria de Leonardo e Galileu Berlusconi conseguiu governar por tanto tempo? por Mino Carta — publicado 29/11/2013 06:32, última modificação 29/11/2013 11:03 Silvio berlusconi parece imbuído da certeza dos reis por direito divino. De fato, ao ser expulso do Senado anunciou impavidamente a morte da democracia italiana. Poderia ter dito: a democracia sou eu. Denunciou um golpe de Estado e os juízes que o condenaram por fraude fiscal na qualidade de sicários da extrema-esquerda, e todos aqueles empenhados nos julgamentos ainda em curso. Acrescente-se um punhado de anátemas contra o presidente Giorgio Napolitano. Eugenio Scalfari, o maior jornalista italiano vivo, o apelidou de “sultão” e o diretor de cinema Nanni Moretti tornou-o protagonista de um filme intitulado  Il Caimano . Figura tragicômica, bufão do mundo, mas ao m

Se quer ser feliz no casamento, siga o seu instinto

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PÚBLICO   De forma mais ou menos subconsciente, os recém-casados sabem à partida se o seu casamento irá ou não funcionar, conclui um estudo. As pessoas parecem saber instintivamente o que esperar do seu casamento  JEFF BELMONTE/FLICKR/CREATIVE COMMONS Uma equipa de psicólogos norte-americanos conseguiu avaliar experimentalmente as atitudes subconscientes, em relação ao seu cônjuge dos dois elementos de uma série de casais casados de fresco. E conclui que, embora as pessoas não queiram – ou não o possam – dizer explicitamente o que sentem, lá bem no fundo elas sabem instintivamente se vão ou não ser felizes na relação. Os resultados são publicados  online , esta quinta-feira, pela revista  Science . James McNulty, da Universidade Estadual da Florida, e colegas  estudaram 135 casais heterossexuais casados há menos de seis meses. Mais precisamente, realizaram primeiro uma experiência e, a seguir, acompanharam os casais ao longo de quatro anos.

Observadores denunciam: fraude foi institucionalizada em Honduras

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  “A fraude eleitoral foi institucionalizada em Honduras”, denuncia manifesto da Via Campesina, cujos observadores internacionais se mantiveram ativos em aproximadamente 400 mesas eleitorais do país no último domingo (24). Por Leonardo Wexell Severo, em seu blog Entre outros crimes, os observadores puderam comprovar “compra de votos, tentativas de suborno, cédulas pré-marcadas, violação ao voto secreto e emissão de dados antecipados por parte do Tribunal Superior Eleitoral em base a urnas ainda não contabilizadas”, além de diversas ações de “pressão e violência mediante ameaças e agressões, que se fizeram ainda mais graves na área rural”. Leia também:

Jango, JFK e Globo

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Dois acontecimentos de densidade histórica, como a exumação dos restos de Jango e sua recepção em Brasília foram relegados à parte inferior de O Globo. São Borja e Brasília - Para ler o jornal O Globo em São Borja “geralmente temos que esperar até o meio-dia quando ele vem pelos ônibus que chegam de Porto Alegre”, diz um taxista que me leva até o centro da cidade, na praça 15 de Novembro, em frente à Igreja Matriz, onde o presidente João Goulart foi velado com o caixão aberto em dezembro de 1976. Naquela noite os saoborjenses desafiaram a ditadura lotando a igreja para dar um adeus (não sabiam que era só o primeiro) ao seu líder, apesar de as autoridades do III Exército terem ordenado que ele fosse enterrado imediatamente após chegar da Argentina, onde faleceu no dia 6 de dezembro de causas até hoje não esclarecidas. “Eu me lembro do velório de Jango, quando o povo quis ir se despedir do presidente. Ele era muito querido aqui, havia uma multidão de gente na Igreja

Redundância e desinformação

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Por Luciano Martins Costa em 28/11/2013 na edição 774 do Observatório A maneira mais eficiente de produzir desinformação em jornalismo é aumentar aleatoriamente a quantidade de elementos de informação sobre uma base condicionada de significados. Essa é uma lição que jornalistas formados em faculdades específicas de comunicação aprendem duramente, porque para entendê-la é preciso passar por algum conhecimento de matemática e estatística, além de compreender alguns fundamentos de linguística. Em geral, jornalistas não gostam de matemática e estatística. O processo da desinformação é uma das técnicas mais elaboradas para ludibriar o pressuposto da objetividade no jornalismo. Em publicidade, isso é virtude; no jornalismo, é pecado mortal.

São tão poucos os que ousam falar, se manifestar.

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BRASIL ENTRA EM CAMINHO SEM VOLTA: QUE PARIS TENHA MUITOS APÊS CHARMOSOS PARA ACOLHER A TODOS OS OM   Publicado em   Coluna da Hilde Recebo diariamente comentários carregados de ódio contra José Genoíno, que me abstenho de publicar até por vergonha de seu teor, vergonha pelo desequilíbrio e o descontrole dos remetentes. A falta de discernimento, querendo atribuir a este homem combativo todos os males do país. Daí que a prisão não basta. É preciso a morte. A imolação final. A cruz. É preciso a volta das torturas. Da ditadura. Este, o subtexto das tantas mensagens enviadas. A que ponto essa mídia manipuladora, essa pseudo esquerda democrática, esse suposto “centrão” levaram o nosso país! A que abismo a omissão daqueles que poderiam se posicionar, protestar e agir, está levando a nossa Nação. A quanto estamos chegando com o silêncio dos nossos formadores de opinião influentes, nossos artistas politicamente conscientes e articulados. Os intelectuais, pensadores, jornalistas d

O tratamento privilegiado dado pela mídia a Aécio no caso dos Perrellas

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Aécio entre os Perrelas numa comemoração do cruzeiro Aécio Neves é um cara de sorte. Quer dizer, sorte sob o ângulo do tratamento que recebe da mídia. Ele soube cultivá-la, é certo. Roberto Civita, por exemplo, não raro ia passar finais de semana na fazenda de Aécio, em Minas. Pulitzer, o maior editor, disse que jornalista não tem amigo. Isso porque amizades influenciam a maneira de um jornalista tratar alguém ou algum assunto. Mas Aécio tem amigos entre os jornalistas. Ou melhor: entre os patrões dos jornalistas. Como Churchill, ou como Serra, se quisermos ficar no Brasil, é daqueles que falam diretamente com os donos das empresas jornalísticas.