O jogo até 4a. feira
As pressões contra o Supremo vêm de um circo produzido por veículos que abandonaram os princípios do jornalismo A manobra protelatória que permitiu o encerramento da sessão de quinta-feira sem o voto decisivo de Celso de Mello foi um aperitivo do que virá por aí. Os pronunciamentos chegaram a ser arrogantes. O esforço para ganhar tempo de forma bisonha, teatral, foi ofensivo num tribunal onde a denuncia de chicanas é feita com tanta facilidade. Confesso que fiquei perplexo ao assistir Marco Aurélio Mello virar-se para Celso de Mello e fazer uma advertência nestes termos: “Estamos a um voto. Que responsabilidade, hein, ministro Celso de Mello.” É ofensivo. Parece um professor dirigindo-se a um discípulo. Parece que a responsabilidade de Celso de Mello não é idêntica a de cada um dos onze ministros que tomaram a decisão. Para empregar uma imagem: ele vai dar um voto. Não vai cobrar um pênalti. O esforço para colocar a decisão sobre os ombros do decano é apenas uma tentativ