Barbara Gancia perdeu o emprego, mas não perdeu a capacidade de pensar. E de falar
POR FERNANDO BRITO · 08/04/2016 Não entrei no comentado assunto de hoje, da demissão da colunista Barbara Gancia por, segundo diria ela, ter sido “desaconselhada” a criticar Eduardo Cunha por suas ligações com a Band ou, segundo a Bandeirantes, por “corte de despesas” porque aprendi, faz muito tempo, que o patrão faz o que quer, se os jornalistas não reagem – e faz tempo que não reagem – coletivamente. Sempre fizemos e, mesmo dentro de O Globo, nos tempos da ditadura, não era fácil promoverem-se “castigos” individuais sem mexer com toda a Redação. Tempos depois, li isso em tintas mais carregadas, com a peça “A Noite”, de José Saramago, sobre os ecos da “Revolução dos Cravos” num imaginário – e tão real – Portugal salazarista.