Barbara Gancia perdeu o emprego, mas não perdeu a capacidade de pensar. E de falar
Não entrei no comentado assunto de hoje, da demissão da colunista Barbara Gancia por, segundo diria ela, ter sido “desaconselhada” a criticar Eduardo Cunha por suas ligações com a Band ou, segundo a Bandeirantes, por “corte de despesas” porque aprendi, faz muito tempo, que o patrão faz o que quer, se os jornalistas não reagem – e faz tempo que não reagem – coletivamente.
Sempre fizemos e, mesmo dentro de O Globo, nos tempos da ditadura, não era fácil promoverem-se “castigos” individuais sem mexer com toda a Redação. Tempos depois, li isso em tintas mais carregadas, com a peça “A Noite”, de José Saramago, sobre os ecos da “Revolução dos Cravos” num imaginário – e tão real – Portugal salazarista.
Agora entro com o essencial desta história: a personagem.
Barbara gravou um vídeo ontem à noite. Não é um discurso organizado, panfletário. É apenas o despejar de emoções de uma mulher, uma colega de profissão que não está fazendo gênero, não posa de líder, não é panfletária.
É, apenas, sincera. Como se fosse pouco ser sincero, já no terço final da vida, no qual já aprendemos que isso nada nos dará senão paz.
Ela apenas quer dividir o que pensa, o que sofre, o que teme, o que sonha.
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