Tiradentes e o incomum homem comum que brota numa nação. Por Nilson Lage
POR NILSON LAGE, COLABORAÇÃO PARA O TIJOLAÇO · 21/04/2018 . Aos bárbaros, injustos vencedores/Atormentam remorsos, e cuidados;/Nem descansam seguros/ Nos palácios, cercados/ De tropa e de altos muros.” Esse trecho da Lira XXVII de Tomás Antônio Gonzaga, publicada em Lisboa no mesmo ano em que o autor, condenado por participar da Inconfidência Mineira, partia em degredo para Moçambique, é uma espécie de refrão em nossa História. Tiradentes nos representa porque somos um país de portentosos mártires e eternos resistentes: vencemos, sempre, ao superar cada derrota. Das raras conquistas, temos memória breve; a volta por cima é o impulso que nos move. Já no teatro grego o herói trágico é aquele que ultrapassa o desfecho inevitável e renasce na forma de mito. Não importa o quanto tentem fazer definitivo o sacrifício; não o farão melhor do que os governantes portugueses na cerimônia de que se comemora hoje o 226° aniversário.