Pressa não é argumento para Justiça
A decisão, hoje, no STF, consiste em saber se a mais alta corte do país irá, mais uma vez, negar um direito aos réus Nestes que podem ser os momentos derradeiros da ação penal 470, alega-se que a Justiça tem pressa e o julgamento deve acabar logo. Engano, amigos. Como se viu no 7 de setembro, quem tem pressa é a televisão, que precisa manter a audiência eletrizada e vender anúncios. Trazida para o tribunal em nome da transparência do julgamento, a TV serviu para criar ambiente de pressão sobre os ministros, num cenário fantasioso de mocinhos e bandidos. Como nada é tão anti-televisivo como argumentos técnicos, em linguagem rebuscada e referências incompreensíveis fora do mundo dos iniciados, o show logo se torna cansativo, monótono – e insuportável. Bem-vindos à Justiça da vida real, meus caros. Comparada a uma novela, ela anda devagar, é cautelosa, demorada. Há argumentos favoráveis e contrários à transmissão de julgamentos ao vivo. Mas é criminoso confundir o tempo de uma