Tarifas sobre EVs da China prejudicam interesses da UE, alerta associação alemã
Visitantes no estande da montadora chinesa Xpeng no Salão Internacional do Automóvel de 2023 em Munique, Alemanha, no dia 5 de setembro de 2023. (Xinhua/Ren Pengfei)
A associação pediu que a Comissão Europeia se abstenha de impor as tarifas anunciadas e, em vez disso, negociem uma solução com a China.
Berlim, 3 jul (Xinhua) -- As tarifas planejadas para os veículos elétricos (EVs) fabricados na China seriam contraproducentes para as metas climáticas da Europa e prejudiciais para sua indústria e consumidores, afirmou na quarta-feira a Associação Alemã da Indústria Automotiva(VDA).
A associação alertou em um comunicado que os fabricantes de automóveis ocidentais na China também seriam afetados pelas tarifas iniciadas pela União Europeia (UE), em alguns casos ainda piores do que as empresas chinesas.
A cooperação e a produção dos fabricantes de automóveis europeus na China foram “um importante alicerce para a transformação e para a competitividade na Europa”, afirmou a VDA, destacando que a UE tem se beneficiado historicamente da sua abertura no comércio internacional.
A Alemanha, em particular, mantém um excedente significativo no comércio automotivo com a China. No ano passado, a maior economia da Europa exportou automóveis de passageiros e peças avaliadas em 26,3 bilhões de euros (28,4 bilhões de dólares americanos) para a China, enquanto as importações vindas da China ultrapassaram 6,8 bilhões de euros, segundo a VDA.
Carro elétrico BMW i5 é exibido durante prévia para imprensa do Salão Internacional do Automóvel (SAI) de 2023 em Munique, Alemanha, no dia 4 de setembro de 2023. (Xinhua/Ren Pengfei)
As tarifas, que entrarão em vigor em breve se outros acordos políticos forem alcançados, também “dificultariam o aumento bem-sucedido da propulsão elétrica e, assim, a descarbonização e o alcance das metas climáticas”, destacou a VDA.
A associação pediu que a Comissão Europeia se abstenha de impor as tarifas anunciadas e, em vez disso, negociem uma solução com a China. E elogiou o fato de já terem iniciado conversas entre as duas partes.
“A competitividade é promovida através da competição”, afirmou a associação. E propôs promover isso com acordos de comércio livre, financiamento direcionado e eficiente para pesquisa e inovação, além de um quadro político coerente que abranja os avanços tecnológicos.
O governo alemão rejeita tarifas punitivas sobre EVs chineses. O chanceler Olaf Scholz fez uma oferta de compromisso na disputa alfandegária, propondo tarifas igualmente elevadas sobre as importações de automóveis de ambos os lados, de acordo com relatos da mídia local na semana passada.
Foto de arquivo tirada no dia 6 de junho de 2024 mostra carro elétrico em estação de carregamento perto do prédio da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica. (Xinhua/Zhao Dingzhe)
Devido ao risco de conflitos comerciais, um terço dos mais de 160 especialistas econômicos alemães são contra as tarifas, enquanto outros esperam que elas sejam reduzidas, de acordo com uma pesquisa publicada na quarta-feira pelo Instituto ifo de Investigação Econômica, com sede em Munique.
O instituto destacou que as tarifas não enfraqueceriam a posição dos carros elétricos da China, já que “os fabricantes europeus não se tornariam mais eficientes por causa delas”.
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