China critica EUA por espalhar desinformação
Beijing, 11 jul (Xinhua) -- A China se opõe firmemente à disseminação contínua de informações falsas infundadas pelos Estados Unidos sobre a chamada "base industrial de defesa da Rússia apoiada pela China", declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, nesta quinta-feira.
Os comentários de Lin vieram após a acusação do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no Fórum Público da OTAN de 2024.
"Expressamos forte insatisfação e firme oposição às declarações errôneas feitas pelo lado dos EUA", disse Lin em uma coletiva de imprensa diária.
Segundo Lin, logo após o início da crise da Ucrânia, os Estados Unidos alegaram que a China estava fornecendo apoio militar à Rússia. Até hoje, os Estados Unidos não apresentaram nenhuma prova substancial. Até mesmo os chefes militares dos EUA admitiram que a China não forneceu assistência militar à Rússia na crise da Ucrânia.
"As estatísticas mostram que mais de 60% dos componentes militares e itens de uso duplo importados pela Rússia vêm dos Estados Unidos e de outros países ocidentais, 95% dos principais componentes russos destruídos pela Ucrânia vêm do Ocidente e 72% das peças ocidentais nas armas fabricadas pela Rússia vêm de empresas norte-americanas. Como os Estados Unidos explicam isso?", destacou o porta-voz.
"Além disso, os Estados Unidos e seus aliados ainda não pararam de fazer comércio com a Rússia. No ano passado, seu comércio com a Rússia atingiu mais de US$ 130 bilhões, representando 18% do comércio exterior da Rússia. A maioria dos países do mundo não se envolve nas sanções contra a Rússia nem interrompe seu comércio com a Rússia", de acordo com Lin, acrescentando que a China é tudo, menos bode expiatório dos Estados Unidos.
Lin observou que é hipócrita e duplo padrão os Estados Unidos acusarem a China de suas trocas comerciais e econômicas normais com a Rússia, ao mesmo tempo que aprovam uma legislação para fornecer ajuda maciça à Ucrânia.
Os Estados Unidos sempre afirmaram ser o chamado patrocinador da justiça, defensor dos direitos humanos e policial mundial, mas o que fizeram foi atiçar as chamas, semear a discórdia e criar confrontação e rivalidades, enfatizou Lin.
"Quem é o culpado pela crise na Ucrânia? Quem está por trás dos conflitos e guerras regionais, e das crises prolongadas? Quem é a maior fonte de instabilidade da paz e da estabilidade globais? O mundo está com os olhos claros", disse Lin.
"A China não é a criadora da crise na Ucrânia nem é parte dela. Dito isso, não ficamos apenas de braços cruzados e observando o desenrolar da crise. Em vez disso, trabalhamos ativamente para possibilitar negociações de paz e uma solução política. Nunca procuramos alimentar as chamas, nunca lucramos com a crise e muito menos fornecemos armas a qualquer parte do conflito. Essa posição é clara e consistente", ressaltou Lin.
Nessa base, há uma cooperação comercial e empresarial normal e legítima entre as empresas chinesas e outros países, incluindo a Rússia, conforme as regras da OMC e os princípios do mercado, o que não cabe a determinados países julgar, salientou Lin, acrescentando que os Estados Unidos poderiam refletir sobre a causa principal da crise e fazer algo pela paz, em vez de ser um juiz injusto nessa crise.
Os Estados Unidos nunca devem esperar que a China pague pelo erro que os Estados Unidos cometeram, e a China nunca aceitará a transferência de culpa, o bullying e a coerção dos EUA, assinalou o porta-voz.
A China continuará a tomar medidas resolutas para salvaguardar seus direitos legítimos e legais, de acordo com Lin.
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