Presidente do Brasil propõe uma governança global para Inteligência Artificial

 


Rio de Janeiro, 15 jun (Xinhua) -- O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, propôs nesta sexta-feira estabelecer uma governança global e representativa para a questão da inteligência artificial, a fim de que seus benefícios sejam "compartilhados por todos", informou a Presidência da República.

"As instituições de governança são inoperantes frente à realidade geopolítica atual e perpetuam privilégios", disse Lula durante a sessão de engajamento externo da Cúpula do G7, reunião dos líderes de sete das maiores economias do mundo, que se realiza na Itália e na qual participa como convidado.

O evento começou na quinta-feira e vai até este sábado na região da Puglia, no sul da Itália. A sessão de trabalho começou com os discursos da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e do papa Francisco. A fala do presidente brasileiro e de outros líderes não foi transmitida, mas o texto lido foi divulgado pelo Palácio do Planalto do Brasil.

Para o presidente brasileiro, os desafios atuais envolvem a condução de uma revolução digital inclusiva e o enfrentamento das mudanças do clima. Nesse sentido, segundo ele, a inteligência artificial pode potencializar as capacidades dos Estados de adotarem políticas públicas para o meio ambiente e contribuir para a transição energética.

"Temos que lidar com essa dupla transição tendo como foco a dignidade humana, a saúde do planeta e um senso de responsabilidade com as futuras gerações. No âmbito digital, estamos vivenciando uma concentração sem precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas um número ainda menor de países. A inteligência artificial acentua este cenário de oportunidades, riscos e assimetrias", afirmou.

Para Lula, qualquer uso da inteligência artificial deve respeitar os direitos humanos, proteger os dados pessoais e promover a integridade da informação.

"Uma inteligência artificial que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digital de nossos países. E, sobretudo, uma inteligência artificial como ferramenta para a paz, não para a guerra. Necessitamos de uma governança internacional e intergovernamental da inteligência artificial, em que todos os Estados tenham assento", ressaltou Lula aos líderes do G7.

As cúpulas do G7 costumam contar com a presença de países convidados. Esta é a oitava vez que Lula participa da reunião. As seis primeiras ocorreram em seus dois primeiros mandatos, entre os anos de 2003 e 2009. Desde então, o Brasil não comparecia a um encontro do grupo. A sétima participação do presidente brasileiro foi no ano passado, na cúpula em Hiroshima, no Japão.

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