Lula discursa na reunião do G77 mais China em Havana e critica embargo econômico dos EUA contra Cuba

 


Rio de Janeiro, 17 set (Xinhua) -- O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou neste sábado o embargo econômico que os Estados Unidos aplicam contra Cuba e rechaçou a inclusão do país caribenho, pelos norte-americanos, na lista das nações que não colaboram completamente contra o terrorismo.

"Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo", afirmou o presidente em discurso na reunião de líderes do Grupo dos 77 (G77) mais China realizada em Havana.

O presidente brasileiro elogiou o formato da reunião por sua ampla representatividade e afirmou que as duas grandes transformações em marcha, a digital e a transição energética, "não podem ser moldadas por um punhado de nações ricas, reeditando a relação de dependência entre o centro e a periferia".

"As grandes multinacionais do setor tecnológico têm modelos de negócio que acentuam a concentração da riqueza, desrespeitam as leis trabalhistas e, frequentemente, alimentam as violações dos direitos humanos e alentam o extremismo", ressaltou Lula.

Este ano, sob a presidência de Cuba, a reunião do G77 mais China debate o tema Desafios atuais do Desenvolvimento: papel da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Em seu discurso, Lula convocou seus colegas do fórum a "forjar uma visão comum que leve em consideração as preocupações dos países de renda baixa e média e de outros grupos mais vulneráveis".

O presidente brasileiro ressaltou que o mundo atualmente aponta para a transição energética, e por isso, as nações ricas devem financiar o desenvolvimento das que preservam e reconstroem suas florestas para que, assim, se possa manter a qualidade de vida dos cidadãos e respeitar o meio ambiente.

"Promoveremos a industrialização sustentável, investindo em energias renováveis na bioeconomia e na agricultura de baixo carbono. Faremos isso sem esquecer que não temos a mesma dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global. O princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, continua sendo válido", afirmou.

Ainda em Havana, Lula manteve uma reunião bilateral com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. Esta foi a primeira viagem oficial de um mandatário brasileiro ao país caribenho em nove anos. A última foi em 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff esteve na capital cubana.

De Havana, o presidente seguiu para Nova York, nos Estados Unidos, onde fará o primeiro discurso do debate geral de chefes de Estado da 78ª Assembleia Geral da ONU, na próxima terça-feira.

 

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