Mulheres Sem Terra se mobilizam em Jornada Nacional contra o agronegócio, a fome e as violências

 


Da Página do MST      -                      -

Março é o mês da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, com mobilizações de caráter massivo, atos, protestos, ações de solidariedade, de formação, diálogo com a sociedade e de enfrentamento por direitos, entoando o lema: “O agronegócio lucra com a fome e a violência. Por Terra e democracia, mulheres em resistência!”.

As atividades ocorrem em 24 estados de todas as grandes regiões do país, nos territórios onde as Mulheres Sem Terra estão mobilizadas, tendo como principais dias de luta, o período entre 6 a 8 de março, marcando o Dia Internacional das Mulheres, em celebração e resistência.

As mobilizações, protagonizadas pelas Mulheres Sem Terra, têm a perspectiva de enfrentamento e denúncia contra a “fome, a violência e a destruição da natureza”, cruéis facetas do agro-golpe-tóxico-negócio no Brasil. As ações também enfatizam um coro coletivo por anistia zero aos golpistas e pelo direito à democracia.

A escolha do lema partiu da compreensão coletiva de que o capital no campo estabeleceu laços bem atados com o neofascismo, crescente na sociedade brasileira. Sendo, inclusive, um dos principais articuladores e financiadores das tentativas de golpe que vivenciamos, desde que o Presidente Lula foi eleito.

A denúncia também expõe uma das maiores contradições difundidas pelo agronegócio, que não produz alimentos para o país e sim lucro para uma elite agrária e empresas multinacionais. Enquanto cerca de 60% da população passa fome ou não têm alimentos suficientes para sua família, o setor bateu recordes de safra e exportações de suprimentos.

“Por isso, nós, Mulheres Sem Terra, seguimos em luta e resistência por terra, para dela cuidar e produzir alimentos saudáveis e por democracia”, sinalizam em trecho de carta manifesto sobre a Jornada de Lutas de março de 2023.

Tal Jornada também é mobilizada em articulação com as demais organizações feministas de movimentos do campo popular, que se organizam celebrando as muitas conquistas das mulheres ao longo dos últimos séculos, mas também denunciando os graves problemas de gênero que persistem no país e em todo o mundo ainda hoje.

“Nesse bojo também denunciamos as diversas formas de violências patriarcal e racial, que têm atingido as pessoas em condições de vulnerabilidade e feito vítimas em nossas áreas, como os casos de feminicídio, assassinatos LGBTIfóbicos e suicídios que vivenciamos nos últimos anos. Nesse caminho, também anunciamos nossa disposição para construir relações humanas emancipadas, livres de todas as formas de violência”, citam as Mulheres Sem Terra.

*Editado por Solange Engelmann

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