Manlio Dinucci: Os crimes que Julian Assange trouxe à luz
Rede Voltaire | Roma (Itália) | 24 de Janeiro de 2023
Deutsch
français
italiano
Nederlands -
Este documentário mostra o que a organização WikiLeaks de Julian Assange trouxe à luz. Reportamos, a título de exemplo, as revelações feitas em 2010.
Afghanistan war logs. Em 2010, o WikiLeaks publicou uma colecção de mais de 90. 000 documentos relativos à guerra no Afeganistão. Eles cobrem um período que vai de Janeiro de 2004 a Dezembro de 2009. Esses documentos classificados — que foram facultados ao Guardian, New York Times e Der Spiegel — revelam a morte de civis por tropas norte-americanas e britânicas.
Iraq War Logs. Também em 2010, o WikiLeaks divulga um vídeo que mostra a morte de civis iraquianos e de dois jornalistas da Reuters num ataque realizado por dois helicópteros Apache norte-americanos. No mesmo ano, uma analista do Exército dos EUA, Chelsea Manning, acaba presa sob a acusação de ter divulgado o vídeo e outras centenas de milhar de documentos confidenciais. O WikiLeaks divulga mais de 300. 000 documentos revelando abusos, torturas e violência das forças dos EUA no Iraque. Os documentos revelam também a morte de mais de 15. 000 civis em circunstâncias desconhecidas e numerosos casos de tortura por militares iraquianos sob comando dos EUA.
Cablegate. No mesmo ano, o WikiLeaks publica centenas de milhar de documentos confidenciais sobre as acções de Washington em todo o mundo. Trata-se de documentos contendo informações confidenciais enviados por 274 embaixadas dos EUA ao Departamento de Estado em Washington. Os documentos contêm avaliações, frequentemente muito negativas, sobre o comportamento público e privado dos chefes de Estado e de Governo europeus, entre os quais o Primeiro-Ministro italiano Berlusconi e o Presidente russo Putin.
Breve apresentação da revista de imprensa internacional de Sexta-feira 13 de Janeiro de 2023, às 20h30, na Byoblu.
Entrevista com o pai, John Shipton
O pai de Julian Assange, John Shipton, nesta entrevista com Berenice
Galli, anuncia a partir da Austrália, uma novidade que pode ser decisiva
para o destino do seu filho: « Sinto que prevaleceremos e que Julian
será libertado. Sinto-o, vejo-o, percebo-o através das centenas de
contactos que tenho em todo o mundo ».
O que é decisivo — sublinha John – é que « temos na Austrália o
Primeiro-Ministro, o Conselho de Ministros, o Partido Trabalhista no
governo, 60 membros do Parlamento em apoio de Julian, assim como todos
os jornais, sindicatos, as organizações não governamentais. Como Julian é
um cidadão australiano, o Governo australiano é o único que pode falar
por Julian no confronto com os Estados Unidos, porque ele é um cidadão
australiano. Como resultado, esse movimento global concentrou-se na
Austrália e o Governo australiano apresentou queixas aos Estados Unidos.
No noticiário da TV australiana, o director do noticiário
internacional, John Lyons, disse que ouviu das suas fontes no Conselho
de Ministros que Julian será libertado incondicionalmente dentro de dois
meses.
John declara não ter nenhuma fé na justiça britânica, que submeteu
Julian Assange a um « julgamento-espetáculo, uma perseguição política » e
que « a solução não está na lei, mas na política ». Recorda, portanto,
que « as circunstâncias não melhoraram desde que o Professor Niels
Melzer, o relator das Nações Unidas sobre tortura, apresentou em 2019 o
relato exaustivo da visita que fizera a Julian na prisão de Belmarsh
junto com dois médicos especialistas. Na sua declaração, ele escreveu
que Julian estava sofrendo os efeitos de sete anos e meio de tortura
psicológica. É permitido a Julian uma ligação internacional de dez
minutos, e as ligações são-lhe concedidas utilizando um certo crédito:
durante os dias de Natal utilizamos tudo o que lhe foi permitido, assim
para podermos voltar a falar vou ter de esperar uma semana ou mais.
Tradução
Alva
*****
Comentários