Cresce rejeição ao sequestro de um diplomata venezuelano pelos EUA

 


Caracas, 20 out (Prensa Latina)

Autoridades de vários países e organismos internacionais expressam hoje seu repúdio à extradição do diplomata venezuelano Alex Saab para os Estados Unidos, após passar 491 dias detido ilegalmente em Cabo Verde.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, denunciou na véspera a 'detenção arbitrária e o processo judicial por motivos políticos' de Washington contra o enviado especial do Governo da Venezuela.

Por meio de sua conta na rede social Twitter, o chanceler da ilha descreveu isso como 'uma manipulação da justiça e do Direito Internacional por um governo que protege terroristas, ataca e rouba fundos ao povo venezuelano'.

Durante encontro realizado nesta terça-feira com o secretário executivo da ALBA-TCP, Sacha Llorenti, o vice-presidente da Nicarágua Rosario Murillo reiterou a solidariedade do país centro-americano às autoridades e ao povo da Venezuela, em face de um evento que violou todos as normas do direito internacional.

Nesse sentido, a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América-Tratado de Comércio dos Povos descreveu a transferência da Saab para os Estados Unidos como sequestro para enfrentar acusações por supostos crimes econômicos.

A este respeito, os países do bloco de integração alertaram a comunidade internacional sobre o mau precedente desta ação em violação da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.

A Aliança pediu o respeito à vida e à integridade física de Alex Saab, que é representante permanente do Governo venezuelano na mesa de diálogo com a Plataforma Unitária da oposição com sede no México.

A ALBA-TCP ratificou seu apoio ao Executivo e ao povo da nação sul-americana em todas as ações que visem a garantia e proteção dos direitos humanos de seus cidadãos.

Anteriormente, o Foro de São Paulo exigia que as autoridades judiciais dos Estados Unidos liberassem e repatriassem imediatamente Alex Saab, expressando sua rejeição à transferência arbitrária do funcionário venezuelano para o território dos Estados Unidos.

A secretária-executiva do mecanismo de acordos da esquerda latino-americana, Mónica Valente, disse em nota que Washington mais uma vez mostra seu desrespeito ao direito internacional, ao ignorar a imunidade de um representante diplomático, o que abre um sério precedente internacional.

A Venezuela credenciou Alex Saab em 2018 como enviado especial, cujas funções eram facilitar a obtenção de suprimentos médicos, alimentos e outros bens essenciais, em face dos obstáculos impostos pelo bloqueio dos Estados Unidos.

Em meados de 2020, o oficial foi detido em Cabo Verde a pedido de Washington, durante uma escala técnica do avião que o transportava, e no desconhecimento da inviolabilidade da imunidade correspondente à sua investidura como agente diplomático.

De acordo com denúncias do Executivo Bolivariano, a prisão respondeu à campanha de cerco orquestrada pelo governo anterior dos Estados Unidos contra a Venezuela, com o objetivo de infligir mais sofrimento ao povo e desestabilizar suas instituições e ordem interna.

msm/wup/cm

Comentários