Bilionário americano chama de 'louca' ideia de manter ativos em dólares dos EUA

 

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 Por Sputnik Brasil - 05/09/2021

Ray Dalio, bilionário americano e fundador do maior fundo hedge do mundo, o Bridgewater Associates, disse que o desequilíbrio do mercado financeiro é o principal risco para a economia dos EUA, observando que é melhor não adquirir títulos do Tesouro americano.

"É uma ideia louca manter tudo em dólares com taxa de juros a zero, se não mesmo negativa. E é pouco provável que a situação mude nos próximos anos. É melhor vender essas obrigações e comprar outra coisa qualquer", disse ele em conversa com o ex-ministro de Desenvolvimento Econômico da Rússia, Maksim Oreshkin, na conferência internacional Novoe Znanie (Novo Conhecimento, em português).

Dalio lembrou que o Sistema de Reserva Federal dos EUA (Fed) agora tem que vender enormes quantidades de títulos do Tesouro para apoiar a economia e que os comparadores destas obrigações são outros países ou o próprio Fed.

"Se olhamos para aqueles que detêm estas obrigações, descobrimos que eles têm mais do que gostariam. A concentração de risco é excessiva", explica o financista.

Homem de negócios e edifícios de escritórios refletidos em um quadro eletrônico mostrando um gráfico da taxa de câmbio do iene japonês em relação ao dólar dos EUA fora de uma corretora em Tóquio, Japão, 20 de abril de 2016
© REUTERS / Toru Hanai
 
Homem de negócios e edifícios de escritórios refletidos em um quadro eletrônico mostrando um gráfico da taxa de câmbio do iene japonês em relação ao dólar dos EUA fora de uma corretora em Tóquio, Japão, 20 de abril de 2016

Se as taxas de rentabilidade se mantiverem, os títulos começarão a ser vendidos, o que por sua vez vai levar a uma crise.

 "Ocorrerá a desvalorização do dinheiro. O Banco Central terá que compensar os desequilíbrios: endurecendo a política monetária e aumentando as taxas de juro. Mas isto terá efeitos devastadores nos mercados e na economia", advertiu o financista.

 Dalio reconheceu que a recuperação do crescimento econômico está ocorrendo agora à custa do aumento da dívida. No entanto, ele se questionou o que acontecerá quando for preciso pagar essa dívida.

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