Thierry Meyssan: Acaba realmente a «guerra civil» de começar em Israel ?

  

O Irão é um protector de Israel desde a era do Imperador Ciro que livrou os judeus do cativeiro da Babilónia. A República Islâmica, que condena sem cessar o Estado de Israel, jamais o atacou.
 Rede Voltaire | Paris (França) | 18 de Maio de 2021

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O dia internacional de Jerusalém

O dia 7 de Maio de 2021, a quarta sexta feira do Ramadão, era o tradicional Dia internacional de Jerusalém instituído pelo Imã Rouhollah Khomeini. O seu sucessor, o Guia Ali Khamenei pronunciou um discurso a fim de recolocar Jerusalém (terceiro lugar santo do islão) no centro das Relações Internacionais ; uma questão de toda a maneira central, segundo ele, para o mundo islâmico [1].

O Irão (Irã-br) reconhece o massacre dos judeus da Europa pelos nazis. Ele considera que os Europeus criaram Israel para se livrarem dos judeus sobreviventes (o que é falso como atesta o caso do Exodus), roubando para tal uma terra que não lhes pertencia e com isso fazendo pagar aos Palestinianos o ónus do seu crime. Ao fazer isso os Europeus mostraram o pouco respeito que têm pelos Direitos do Homem. Os capitalistas e os comunistas mostraram então a sua verdadeira cara. O Irão jamais reconheceu o Estado de Israel, nem na época do Xá Reza Pahlevi, nem depois com a República Islâmica. O Aiatolla Ali Khamenei profetizou que Israel desaparecerá antes de 2040, não devido ao Irão, mas por causa da « sua própria arrogância ».

Khamenei afirmou que Israel cairá assim que a Nação islâmica se unir. Ele celebrou os mártires desta causa, quer dizer tanto os Irmãos Muçulmanos sunitas como os seus próprios discípulos xiitas, a começar pelo Xeque Ahmed Yassine e o General Qassem Soleimani. A contrario, ele denunciou, sem os nomear, o « Acordo do Século » e os « Acordos de Abraham », concluídos pelo Presidente Donald Trump, e a normalização das relações entre certos países muçulmanos e Israel. Para terminar, o Guia lembrou a sua proposta apresentada nas Nações Unidas para a organização de um referendum a fim de que todos os habitantes da Palestina, qualquer que seja a sua religião, e os Palestinianos refugiados no exterior (aqui incluídos os da América Latina, da Austrália e doutros locais) possam determinar o seu futuro comum.

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As decisões do Supremo Tribunal de Israel são eminentemente políticas.

A expulsão programada dos Palestinianos do bairro de Sheikh Jarrah

Durante todo o Ramadão e especialmente depois do discurso do Aiatola Ali Khamenei, uma forte tensão era perceptível em Jerusalém a propósito de uma possível expulsão de quatro famílias palestinianas do bairro de Sheikh Jarrah [2]. Desde 1948, Israel expulsa, casa a casa, os Palestinianos de Jerusalém utilizando leis da ocupação otomana, conservadas pelos Britânicos e pelo Regime actual. Esta estratégia deverá acabar por empurrar os Palestinianos para um pequeno bairro de Jerusalém Leste, Kfar Aqab, que está já isolado do resto da cidade por um muro de betão (concreto-br). Porém, no caso específico destas quatro famílias palestinianas os tribunais baseiam-se numa lei israelita (israelense-br) que viola o Acordo firmado, há 65 anos, entre a Jordânia (então gestora desta parte da cidade) e as Nações Unidas.

Não há qualquer dúvida sobre as decisões vindouras da «Justiça» israelita na medida em que este Estado proclamou unilateralmente, em 1967, Jerusalém como sua «capital eterna e indivisível», em violação das Resoluções da ONU.

Desde sexta-feira à noite, 7 de Maio, os confrontos desenrolaram-se na Esplanada das Mesquitas (o Monte do Templo segundo a terminologia israelita). Eles foram mais duros ainda do que os de 2017. Sábado, os confrontos tiveram lugar também na Cisjordânia (governada pela OLP) e na fronteira de Gaza (governada pelos Irmãos Muçulmanos do Hamas). As Forças de Defesa de Israel (Tsahal) dispersaram as multidões com gás lacrimogéneo e balas de borracha. Logo que balões incendiários foram lançados e o Hamas disparou um foguete contra Israel, as FDI ripostaram destruindo um posto militar dos Irmãos Muçulmanos no sul da Faixa de Gaza. O Hamas pediu então aos Palestinianos que ocupassem a esplanada até ao fim do Ramadão, quinta-feira 13 de Maio.

O Supremo Tribunal (Corte-br) israelita adiou sine die a audiência, marcada para segunda-feira, dia 10, sobre a expulsão das quatro famílias palestinianas de Sheikh Jarrah. Durante a sua mensagem dominical, o Papa Francisco apelou para o fim da violência em Jerusalém: «A violência engendra apenas violência. Paremos estes confrontos», declarou ele. A Arábia Saudita, o Barém, o Egipto, os Emirados, o Irão, a Jordânia, Marrocos, o Paquistão, o Sudão, a Tunísia, e a Turquia condenaram o comportamento de Israel e apelaram para uma desescalada. Em última análise, o Quarteto (Rússia, UE, EUA, ONU) emitiu um comunicado salientando «com uma séria preocupação a possível expulsão de famílias palestinianas das suas casas onde têm vivido desde há gerações (...) e expressando a sua oposição a ações unilaterais, que apenas conduzem a uma escalada num ambiente já tenso» [3].

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No seu discurso, difundido pela Al-Aqsa, Ismaël Haniyé anuncia que o Hamas atacará Israel até que ele cesse de dar contínuas dentadas aos Territórios.

Directo a um conflito militar

Subitamente os acontecimentos desembocaram em guerra, com o Hamas a disparar foguetes contra Israel a partir da noite de segunda-feira, dia 10; O Tsahal a responder bombardeando Gaza com muitos aviões e helicópteros, quer dizer, com meios 10 vezes mais letais.

Todas as facções armadas palestinianas entraram rapidamente em guerra à excepção da Autoridade Palestina, a qual, pelo contrário, reprimiu os protestos populares na Cisjordânia.

Os Palestinianos estão privados de democracia, tanto como de uma República. Ninguém sabe o que eles pensam. Nenhuma eleição se realizou nos últimos 15 anos. As que deviam ter lugar em Maio foram canceladas pela Autoridade Palestiniana depois que Israel se opôs a que também se realizassem em Jerusalém Oriental.

Terça-feira dia 11, o líder do Hamas, Ismael Haniyeh, pronunciou um discurso televisionado ligando a questão de Jerusalém à de Gaza. Apresentou Al-Quods (Jerusalém) como o coração da nação palestiniana. Ele denunciou as expulsões de Sheikh Jarrah, mas acima de tudo apresentou os confrontos na Esplanada das Mesquitas como ataques judeus à mesquita de Al-Aqsa. O que é falso: a polícia israelita entrou na mesquita e aí atirou gás lacrimogéneo ao perseguir manifestantes que contestavam, com razão, a expulsão das quatro famílias de Sheikh Jarrah. Este discurso surpreendeu os Israelitas. O Hamas já não se apresenta como resistente replicando simbolicamente a Israel, mas como uma força que espera impor um fim à lenta mordiscagem dos Territórios Palestinianos.

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O Presidente turco Recep Tayyip Erdoğan denuncia desde há anos a mordiscagem da Palestina por Israel. A sua intervenção para dar uma lição a Israel poderá ter sido inspirada pelo Pentágono. Assim, ele salvaria a Turquia e desviaria a ira dos EUA para o Estado hebreu.

Eis a guerra

Terça-feira à noite, o Tsahal (FDI) arrasou a Torre Al-Shourouk (12 andares), no centro de Gaza, utilizando bombas penetrantes. Ela abrigava, entre outros, o canal de televisão do Hamas, Al-Aqsa. Foi a resposta de Israel à mensagem de Haniyeh. O Hamas (apoiado pela Turquia e pelo Catar) e a Jihad Islâmica (apoiada pelo Irão) ripostaram com uma chuva de foguetes sobre Telavive, mas também sobre Ashdod, Ashkelon e o limite de Jerusalém.

A destruição intencional de um canal de televisão constitui um crime de guerra. O Tribunal Penal Internacional, que se declarou competente para os crimes cometidos nos Territórios Palestinos, foi, portanto, accionado.

O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se duas vezes por tele-conferência e à porta fechada. Os Estados Unidos opuseram-se a qualquer declaração oficial nesta fase, assegurando que as expulsões de famílias palestinianas em Jerusalém Leste eram um «assunto interno israelita», o que todos os outros membros do Conselho contestam.

A Liga Árabe, essa, afirmou que este assunto não tinha nenhuma relação com um contencioso imobiliário e que apenas aqueles que têm memória é que não se enganam.

A Rússia exigiu uma reunião imediata do Quarteto (ONU, Rússia, UE, EUA).

Na ausência de uma tomada de posição do Conselho, quatro membros do Conselho de Segurança emitiram um comunicado : a França, a Estónia, a Irlanda e a Noruega apelaram a Israel « para cessar as actividades de colonização, de demolição e de expulsão, incluindo em Jerusalém Leste ».

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, que aprovisionou o Hamas em armas, denunciou a inacção do Conselho de Segurança e apelou para se « dar uma lição a Israel ».

Pela primeira vez, confrontos ocorreram em cidades mistas (muçulmanas, cristãs e judias), nomeadamente na cidade operária de Lod, onde um jovem pai de família muçulmano israelita foi linchado por compatriotas judeus armados. O Presidente Reuven Rivlin denunciou um «pogrom» anti-muçulmano. O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu condenou com veemência este crime e declarou o estado de emergência em Lod. Durante o funeral da vítima, cenas de guerrilha aconteceram em 18 cidades mistas. Fala-se agora não só de uma guerra entre Israelitas e Palestinianos, mas também de uma possível guerra civil em Israel, entre judeus e não judeus (goim).

Os Estados Unidos multiplicaram os contactos com Israel para apelar à desescalada, em vão. Parece que Washington, aprestando-se para reconectar oficialmente com o Irão —após a eleição do seu próximo presidente e a assinatura de um novo acordo nuclear— contra a opinião de Telavive, não exercerá mais pressão sobre Israel. Esperando no entanto conseguir algo, os Estados Unidos opuseram-se a uma terceira reunião do Conselho de Segurança por tele-conferência de maneira a dar-lhe mais tempo. Segundo o regulamento do Conselho de Segurança, a presidência rotativa, este mês da China, tem o poder de impor uma presidência presencial, mas Pequim absteve-se.

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Um israelita muçulmano é linchado por Israelitas judeus em Lod, em directo pela televisão.

Análise do conflito

Todos os observadores imparciais concordam que a política israelita de colonização, de demolição e de expulsão viola o Direito Internacional e as Resoluções da ONU. Trata-se, com efeito, de uma conquista territorial, não pela via militar, mas pela aplicação de uma legislação viciada.

Benjamin Netanyahu, filho do secretário particular do fundador do Partido Revisionista, Vladimir Jabotinsky, encarna o projecto de um Grande Israel do Nilo ao Eufrates (Eretz Israel). Ele reclama-se de uma forma de supremacismo judaico. É certo que já não é maioritário no país, mas continua a ser o Primeiro-Ministro.

De forma idêntica, todos estão de acordo em considerar que disparos de foguetes ao acaso sobre povoações são crimes de guerra contra populações civis.

O Hamas não contesta a colonização da Palestina, ao contrário da Fatah, mas unicamente o facto de que os judeus governem uma terra muçulmana. Ele reclama-se, pois, de uma forma de supremacismo muçulmano. A propósito, esta «secção palestiniana dos Irmãos Muçulmanos» (tal como indicava a sua bandeira ainda há pouco) foi criada pelo Xeque Ahmed Yassin com a ajuda de Israel para enfraquecer a Fatah de Yasser Arafat.

Dado que o Likud e o Hamas se reclamam de ideologias de uma outra era e têm práticas criminosas, continua-se a não ter perspectivas de paz permitindo que todos vivam juntos.

Todos os Estados membros das Nações Unidas, à excepção de Israel, reconhecem o «direito inalienável» dos Palestinianos, não de voltar às moradas de onde foram expulsos em 1948, mas de retornar às suas terras como cidadãos de pleno direito. Ao defender isto, todos eles se opõem em teoria à «solução de dois Estados» que os Ocidentais tem, no entanto, apoiado desde 2007. Ao manter esta contradição, os Ocidentais são responsáveis pelo perpetuar do conflito.

Todos os confrontos actuais se desenrolam na Palestina geográfica (ou seja, ao mesmo tempo nos Estados de Israel e da Palestina). Mas não devem fazer esquecer que, no passado, os dirigentes palestinianos abandonaram a sua reivindicação em viver na sua terra para tentar conquistar a Jordânia («Setembro Negro»), depois o Líbano (a «guerra civil»). Ao fazer isso, cometeram outros crimes e desqualificaram-se.

A única solução para o conflito é o Estado binacional previsto no fim da Segunda Guerra Mundial pelas Nações Unidas. Isso poria fim ao apartheid praticado por Israel, tal como escreveu o Presidente dos EUA Jimmy Carter, há 15 anos atrás [4], e garantirá o direito de regresso dos Palestinianos. Salvo que não há hoje em dia Israelitas e Palestinianos capazes de jogar os papéis de Frederik de Klerk e de Nelson Mandela. Além disso, os confrontos intercomunitários que acabam de acontecer nas cidades mistas de Israel tornam esta solução cada vez mais difícil.

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O Coronel Ralph Peters, que publicou este mapa do Estado-Maior dos EUA em 2005, escrevia em 12 de Setembro de 2001 : « Será que, no fim de tudo, uma resolução pacífica dos conflitos no Médio-Oriente será benéfica para os Estados Unidos? Israel, que já não está dependente dos Estados Unidos como seu último defensor, poderá dar provas de uma preocupante independência » ({Parameters} n°31).

Hipótese explicativa

É difícil acreditar que a usura do tempo explique, por si só, os confrontos intercomunitários. Os Israelitas e os Palestinianos aspiram a coexistir pacificamente, pelo menos aqueles que não militam nem no Likud, nem no Hamas. Proponho, portanto, uma hipótese a respeito da região chamada pelos estrategas norte-americanos «Médio-Oriente Alargado».

Desde o 11 de Setembro de 2001 (à excepção do intervalo Trump), o Pentágono aplica a doutrina Rumsfeld/Cebrowski. Trata-se de adaptar o Exército dos EUA às exigência do capitalismo financeiro e da globalização do comércio. Para começar, o Estado-Maior dos EUA fixou como objectivo destruir todas as estruturas estatais nesta região, à excepção das de Israel, do Líbano e da Jordânia, a fim de que as multinacionais possam explorar os recursos naturais sem aí encontrar obstáculo político. Assim, assistimos sucessivamente a esta destruição no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Síria e no Iémene. Todas estas guerras foram-nos vendidas como «revoluções», mas nenhuma o era. Era suposto durarem algumas semanas, mas nenhuma terminou (a «guerra sem fim»). Ora, agora, elas são-nos vendidas como «guerras civis». Desde há dois anos, o mesmo processo está a decorrer no Líbano, mas desta vez sem recurso directo às armas. O mapa do Estado-Maior dos EUA, publicado em 2005, foi, entretanto, modificado. Por esta razão é legítimo pensar que esta praga se estende a Israel.

Segundo o Almirante Arthur Cebrowski, a dificuldade principal na aplicação da sua doutrina era a de circunscrever o incêndio. Foi por isso que ele imaginou a região do «Médio-Oriente Alargado» baseada não nos seus recursos, mas na cultura dos seus habitantes. Assim, seria possível dinamitar todos os Estados desta região, fossem os seus governos amigos ou inimigos, sem tocar na Palestina geográfica?

Esta hipótese é possível com duas variantes: na primeira, a contaminação de Israel é o resultado de povos movidos pela sua paixão, na segunda, é resultado de uma vontade do Pentágono. Seja como for, se a sequência dos acontecimentos nos próximos meses vier a confirmar esta hipótese, o que se passa actualmente muda a natureza do conflito e prolonga-o eternamente.

O Pentágono opôs-se à política externa do Presidente Trump. Generais gabaram-se mesmo de o ter enganado e ter feito falhar a retirada de tropas dos EUA da Síria. Não aceitaram que este país lhes escapasse e passasse para a protecção da Rússia. Eles retomaram a doutrina Rumsfeld/Cebrowski no Líbano contra a opinião do Presidente Trump. Jogaram com rivalidades internas enquanto se abstinham de utilizar abertamente as suas tropas. Nos Estados Unidos, o Partido Democrata está em vias de virar anti-israelita sob a influência de parlamentares do grupo de Rashida Tlaib, Ilhan Omar, Cori Bush, Ayanna Pressley e Alexandria Ocasio-Cortez. O Pentágono, que desde 2001 considera Israel um aliado que se tornou demasiado independente para o seu gosto, encontraria na destruição deste a sua vingança.

Em alguns dias e especialmente após o bombardeamento israelita dos escritórios da Associated Press em Gaza, a imprensa dos EUA passou de pró-israelita a pró-palestiniana ; uma reviravolta tão imprevista que dá que pensar.

Tradução
Alva

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 1] “Speech by Ali Khamenei on the occasion of the International Al Quds Day”, by Ali Khamenei, Voltaire Network, 7 May 2021,

[2] Cheikh Jarrah («le chirurgien») était, aux côtés du rabbin Moïse Maïmonide, un des médecins du kurde Saladin le Magnifique qui conquit Jérusalem aux croisés.

[3] “Joint statement of the Middle East Quartet on the situation in East Jerusalem”, Voltaire Network, 9 May 2021.

[4] Palestine: Peace Not Apartheid, Jimmy Carter, Simon & Schuster (2006).

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Thierry Meyssan

Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. As suas análises sobre política externa publicam-se na imprensa árabe, latino-americana e russa. Última obra em francês: Sous nos yeux. Du 11-Septembre à Donald Trump. Outra obras : L’Effroyable imposture: Tome 2, Manipulations et désinformations (ed. JP Bertrand, 2007). Última obra publicada em Castelhano (espanhol): La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación (Monte Ávila Editores, 2008).

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