Gestão Pazuello na mira do Tribunal de Contas e do Ministério Público. E da CPI da Covid

 Por Redação RBA - 15/04/2021

Longevidade da gestão Pazuello no ministério indica que o general não atuou sem anuência do ex-capitão que ocupa o cargo de presidente da República

 O Ministério Público Federal (MPF) acionou por improbidade administrativa o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, por uma série de omissões durante a pandemia. A gestão de Pazuello, fiel a Jair Bolsonaro, deverá também ser alvo de punição a ser proposta pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Os motivos se assemelham, como a omissão da do Ministério da Saúde que levou ao agravamento da crise sanitária do novo coronavírus e ao colapso dos sistemas de saúde. E, consequentemente, à explosão de casos de covid-19 e de mortes. Os processos contra a gestão Pazuello fornecem elementos afetarão também o governo de Jair Bolsonaro na CPI da Covid-19, prestes a ser instalada no Senado.

De acordo com o ministro Benjamin Zymler, do TCU, o Ministério da Saúde se eximiu da responsabilidade de liderar o combate ao coronavírus. A gestão Pazuello, nas visão de Zimler, mudou o plano de ação do ministério na pandemia. E excluiu o governo federal de gerenciamento de estoques de medicamentos, insumos e testes. “Em vez de expandir as ações para a assunção da centralidade da assistência farmacêutica e garantia de insumos necessários, o ministério excluiu, por meio de regulamento, as suas responsabilidades”, afirmou o ministro do Tribunal de Contas. O TCU é um órgão fiscalizador vinculado ao Poder Legislativo.

Gestão Pazuello e improbidade

Por sua vez, o Ministério Público denunciou Pazuello à Justiça Federal, e as razões são várias. Entre elas, morosidade em agir em relação ao colapso no Amazonas e falta de monitoramento e providência em relação a falta de oxigênio. A gestão Pazuello é acusada também de demorar para agir na transferência de pacientes à espera de leitos. Para piorar, além de não liderar a promoção de medidas de apoio ao isolamento social, fez campanhas para uso de medicamentos ineficazes e para aplicação de tratamento precoce.

Além de Pazuello, o MPF acionou também o secretário estadual de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, por omissão no colapso hospitalar em Manaus. O processo afetará também três secretários do Ministério da Saúde e o coordenador do Comitê de Crise do Amazonas.

As marcas da improbidade administrativa da gestão Pazuello compõem farto repertório para convocações à CPI da Covid-19. O general, porém, agiu como escudeiro da política genocida da qual é acusado governo de Jair Bolsonaro. Afinal, a longevidade de Pazuello no ministério indica que o general não atuou sem a anuência do ex-capitão que ocupa o cargo de presidente da República.

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