Maduro alerta Papa Francisco que venezuelanos estão abandonando o catolicismo
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira que há cada vez menos católicos em seu país, enquanto o número de evangélicos aumenta.
"Se eu lhe contei os dados que temos de como o povo, Papa Francisco, querido Papa Francisco, como o povo da Venezuela está abandonando o catolicismo, quase 40% das pessoas se declaram evangélicas, antes eram 3%", disse Maduro em uma transmissão do canal de televisão estatal venezuelano.
Na opinião do líder venezuelano, a tendência surgiu nos últimos anos porque os bispos da Igreja Católica seguiram um curso político e apontaram que a Conferência Episcopal Venezuelana se transformou em um partido.
"O Papa Francisco me pediu, um dia que o visitei, uma visita oficial, ele me pediu para não discutir publicamente com os bispos, e eu cumpri isso, mas, na verdade, às vezes acabam com a luz, eles abusam do povo, eles usam os púlpitos por suas obsessões políticas, para defender os indefensáveis, para agir como militantes e líderes de partidos políticos e não como pastores de uma igreja [...] eles usam a Conferência Episcopal como partido político, é um partido político e ninguém os para", disse ele.
Maduro acrescentou que os representantes da Igreja Católica desrespeitam os venezuelanos quando convidam os líderes políticos a participarem de atos dessa religião, como aconteceu em 15 de setembro passado na celebração da Virgem da Pastora, no estado de Lara, o feriado que atrai cerca de 4 milhões de pessoas.
No entanto, as duas últimas comemorações foram marcadas pela participação do líder da oposição Juan Guaidó, situação que, segundo Maduro, causou rejeições.