Bolívia: vazaram áudios de líderes da oposição pedindo um golpe contra Evo Morales

Por Editor - elperiodicocr.com - 9 de novembro de 2019

Nas eleições de 20 de outubro, Evo Morales foi reeleito para um quarto mandato presidencial.

Elvis Martínez EP.  Uma série de 16 áudios nos quais os líderes da oposição pedem um golpe contra o presidente reeleito Evo Morales vazou através de várias plataformas sociais.
A mídia local destaca que o plano desestabilizador teria sido coordenado pela Embaixada dos EUA na Bolívia antes das eleições e cita os senadores norte-americanos Ted Cruz e Marco Rubio, que teriam contato direto com a oposição boliviana na estratégia. derrubar Morales.
O plano se concentra no fato de que, se Evo Morales vencesse as eleições em 20 de outubro, um governo de transição civil-militar seria estabelecido. O novo governo alegaria fraude no processo eleitoral e não reconheceria a vitória eleitoral de Morales.
Nos áudios vazados pelas plataformas sociais, os líderes da oposição pedem para queimar estruturas do partido governamental, montar uma greve geral em todo o país e atacar a Embaixada de Cuba naquele país.
A publicação dos áudios surge em meio à crise política após o triunfo eleitoral de Evo Morales, a quem a oposição acusa de cometer fraude.
Semanas atrás, em um discurso, o presidente Evo Morales havia se referido a supostos planos de golpe e que seu governo tinha as gravações. Nem a oposição nem a Embaixada dos Estados Unidos se referiram ao vazamento dos áudios.
Resumo dos áudios:
ÁUDIO 1:  ilustra o compromisso dos senadores norte-americanos Marco Rubio, Bob Menéndez e Ted Cruz no plano de golpe na Bolívia.
Áudio 2: Um membro da oposição boliviana e suposto ex-militar pede um levante armado.
Áudio 3: Um membro da oposição boliviana (ainda a ser identificado) propõe apontar as casas dos partidários do partido político do presidente, instilar medo na população e influenciá-los posteriormente para apoiar o golpe.
Áudio 4: Um membro da oposição boliviana (ainda a ser identificado) levanta a estratégia a ser seguida pela oposição boliviana, estabelecendo-se como uma premissa que invalida as eleições de 20 de outubro, gera um levante civil militar e cria uma greve nacional. Além disso, ele comentou que existem membros ativos das Forças Armadas Nacionais e da Polícia que apoiariam essas ações.
Áudio 5: uma conversa entre membros da oposição boliviana que mostra a participação de Manfred Reyes Villa, outro membro da oposição baseada nos Estados Unidos, que tem planos de golpe. É mencionado o apoio que a oposição está obtendo da Igreja Evangélica e do governo brasileiro. Destaca-se a referência a um suposto homem de confiança do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que também assessora um candidato à presidência boliviana que ainda não foi identificado.
Áudio 6: mostra a participação de Manfred Reyes Villa, membro da oposição com planos de golpe. A voz do ativista político boliviano Mauricio Muñoz y Reyes pode ser ouvida na gravação.
Áudio 7: Um ex-coronel boliviano confirma os planos de golpe de Estado contra o presidente Evo Morales e expressa sua preocupação com a participação de líderes de comitês civis no exército relacionado à oposição.
Áudio 8: O ex-coronel boliviano Julio César Maldonado Leoni, presidente do Comitê Militar Nacional, dá ordens para implementar todo tipo de ação contra a Embaixada de Cuba e seus diplomatas, instila medo e ódio contra os cubanos para deixar o país.
Áudio 9: este áudio está relacionado a uma reunião entre ex-militares bolivianos realizada na cidade de Cochabamba. O ex-coronel Julio César Maldonado Leoni, presidente do Comitê Militar Nacional, refere-se à criação de um poder político-militar.
Áudio 10: O ex-coronel boliviano Teobaldo Cardoso diz que está tudo pronto e que eles são um grande grupo de militares antigos e ativos, prontos para a guerra.
Áudio 11: ilustra o compromisso do político e membro da oposição Manfred Reyes Villa, com planos de derrubar o presidente. A voz de Manfred Reyes é ouvida em conversa com a ativista política e membro da oposição Miriam Pereira e os jornalistas Carlos e Chanet Blacut.
Áudio 12: Ouve-se a voz do ex-general do exército Remberto Siles, que se refere à existência de um grande plano contra o governo boliviano.
Áudio 13:  Estratégia e ações do Comitê Cívico de La Paz, no contexto da Greve Nacional em 21 de agosto. Você pode ouvir a voz de seu presidente, político Jaime Antonio Alarcón Daza.
Áudio 14: Você pode ouvir a voz do ex-coronel Oscar Pacello Aguirre, representante do Coordenador Militar Nacional. Ele menciona um plano secreto contra o governo do presidente Evo Morales e as ações planejadas para 10 de outubro.
Áudio 15: Reunião privada entre o oponente Jaime Antonio Alarcón Daza, Iván Arias e outros membros dos comitês civis, em que o acordo consistia em obter equipamento de votação rápida para as próximas eleições presidenciais, a fim de usá-los para manipular a opinião pública nos resultados das eleições e declarar fraude. Há uma referência da Fundação Jubileu, da União Europeia, da Embaixada dos Estados Unidos e da Igreja Evangélica.
Áudio 16: A ativista política Miriam Pereira vincula o membro da oposição e o morador dos EUA Carlos Sánchez Berzain ao plano de derrubar o presidente Morales. Ela comenta que Sanchez quer incitar uma guerra civil na Bolívia e que eles têm um financiamento de meio milhão de dólares.