Leda Paulani: ''A supremacia das finanças desreguladas jogou o mundo em uma desordem estrutural''
Por Carlos Tibúrcio - na Carta Maior - 03/10/2019
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SUA VOZ NA CONJUNTURA – ESPECIAL, com LEDA PAULANI , Economista, Professora da Faculdade de Economia da USP.
A supremacia das finanças desreguladas jogou o mundo em uma desordem estrutural
A desregulamentação dos mercados, que deu maior liberdade aos fluxos financeiros globais, permitiu que a riqueza financeira se descolasse da produção real. O resultado é que a crise não é mais episódica, é estrutural. “Ela está no DNA do capitalismo em nosso tempo”.
A engrenagem desequilibrada pela acumulação acelerada de riqueza financeira espalha crises e desequilíbrios por todo o sistema. Entre outras coisas, o crescimento perde fôlego e a desigualdade explode.
A tentativa de debelar as crises financeiras injetando mais dinheiro nos mercados cria anomalias em cadeia: os juros negativos, por exemplo, inflam a especulação e geram mais especulação. Há bolhas prestes a estourar em vários mercados.
À instabilidade estrutural da economia capitalista se sobrepõem conflitos geopolíticos, como a disputa comercial sino-americana, que completam o coquetel de sobressaltos e tornam a incerteza o idioma do capitalismo no século XXI. É dentro desse caldeirão que as forças progressistas e democráticas do Brasil, por exemplo, devem pensar sua estratégia –e unidade-- para restituir a democracia plena à sociedade e planejar o passo seguinte do seu desenvolvimento.
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A supremacia das finanças desreguladas jogou o mundo em uma desordem estrutural
A desregulamentação dos mercados, que deu maior liberdade aos fluxos financeiros globais, permitiu que a riqueza financeira se descolasse da produção real. O resultado é que a crise não é mais episódica, é estrutural. “Ela está no DNA do capitalismo em nosso tempo”.
A engrenagem desequilibrada pela acumulação acelerada de riqueza financeira espalha crises e desequilíbrios por todo o sistema. Entre outras coisas, o crescimento perde fôlego e a desigualdade explode.
A tentativa de debelar as crises financeiras injetando mais dinheiro nos mercados cria anomalias em cadeia: os juros negativos, por exemplo, inflam a especulação e geram mais especulação. Há bolhas prestes a estourar em vários mercados.
À instabilidade estrutural da economia capitalista se sobrepõem conflitos geopolíticos, como a disputa comercial sino-americana, que completam o coquetel de sobressaltos e tornam a incerteza o idioma do capitalismo no século XXI. É dentro desse caldeirão que as forças progressistas e democráticas do Brasil, por exemplo, devem pensar sua estratégia –e unidade-- para restituir a democracia plena à sociedade e planejar o passo seguinte do seu desenvolvimento.