Há 52 anos, Ernesto Che Guevara era assassinado na Bolívia
Líder revolucionário foi morto em 9 de outubro de 1967, em La Higuera, após ser capturado na selva boliviana
Médico, jornalista, escritor, diplomata e líder revolucionário, Che nasceu nasceu em Rosário, na Argentina / Foto: René Burri |
Em 9 de outubro de 1967, há exatos 52 anos, o argentino Ernesto “Che” Guevara, uma das principais figuras da Revolução Cubana, foi assassinado em La Higuera, na Bolívia. Capturado por um pelotão comandado pelo capitão Gary Prado Salmón, o mais icônico líder revolucionário do século 20 seria executado pelo tenente Mario Terán com uma rajada de fuzil.
Após uma operação de sucesso em Cuba, que consolidou a Revolução de 1959, e uma malfadada tentativa de compartilhar sua experiência no Congo, Guevara, especialista em táticas de ataque e fuga, decidiu liderar uma empreitada na Bolívia.
Che entrou no país a partir do Brasil. Ele chegou a São Paulo em 4 de novembro de 1966 e se hospedou em um hotel da região central, onde se reuniu com os militantes brasileiros Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira. De lá, partiu para a selva boliviana, onde treinou 47 combatentes. O grupo foi batizado de Exército de Libertação Nacional da Bolívia (ELN).
Após 11 meses de combate, no dia 8 de outubro, o Exército boliviano bloqueou todas as possíveis rotas de fuga do grupo liderado por Che que foi encurralado no fundo da quebrada de Yuro, uma pequena garganta com cerca de 300 metros de comprimento e 50 de largura.
Por volta das 13h30, ao tentar furar o cerco, o grupo de Che foi alvejado pelos militares da Bolívia. Quatro guerrilheiros foram mortos. Che ficou ferido. Embora 10 membros do contingente conseguisse fugir, metade acabaria morrendo nos dias seguintes.
Che, Simeón Cuba Sarabia e o peruano Juan Pablo Chang foram capturados, levados a uma escola em La Higuera, interrogados e executados em 9 de outubro.
Che
Médico, jornalista, escritor, diplomata e líder revolucionário, Che nasceu nasceu em Rosário, na Argentina. Conheceu Fidel e Raúl Castro, outros dois importantes líderes da Revolução Cubana, em julho de 1955, durante o exílio dos irmãos no México.
Foi durante esse encontro que se juntou ao Movimento 26 de Julho e partiu para Cuba a bordo do iate Granma com o objetivo de derrubar o ditador Fulgencio Batista, autocrata que governava a ilha com o apoio dos Estados Unidos.
Che rapidamente ganhou destaque entre os guerrilheiros. Foi segundo comandante, tendo exercido um papel fundamental na guerrilha que sairia vitoriosa em janeiro de 1959.
Após o triunfo revolucionário, Che assumiu uma série de cargos-chave no novo governo. Entre outras funções, foi ministro das Indústrias, embaixador e presidente do Banco Central de Cuba.
O líder revolucionário é constantemente lembrado como uma das figuras mais importantes do século 20.
Edição: João Paulo Soares