MST repudia assassinato de camponês e militante Aluciano Ferreira; leia dois poemas dele
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Aluciano ficou oito anos preso injustamente, tendo sido absolvido em março de 2018
Na última quarta-feira (5), o camponês Aluciano Ferreira dos Santos, 41, foi assassinado por pistoleiros na cidade de Brejo da Madre de Deus, enquanto se dirigia à rádio comunitária onde participaria de um programa de rádio.
Em 2009, Aluciano esteve no conflito de terra na fazenda Jabuticaba, quando foi preso junto com mais três militantes, acusado de assassinato de quatro pistoleiros que invadiram o acampamento na intenção de cometer uma chacina. Devido a esse conflito, Aluciano esteve preso injustamente durante oito anos.
Segundo nota do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Aluciano sempre defendeu inocência perante o júri, afirmando que “nunca atirou em ninguém e que mesmo os acampados que atiraram, foram para se defenderem do grupo de pistoleiros, contratados pela família Guedes, dono da fazenda Jabuticaba e para realizar despejo por conta própria”.
Em março de 2018, a Justiça convocou júri popular para julgamento dos acusados do conflito da fazenda Jabuticaba, o que resultou na inocência de Aluciano e demais militantes, que foram imediatamente libertos para recomeçar a vida.
Por uma questão de segurança, Aluciano passou a viver na cidade de Brejo da Madre de Deus aguardando uma vaga para ser assentado da Reforma Agrária ao mesmo tempo em que passou a ser pastor da igreja Assembleia de Deus.
Para o MST, “não sobra dúvida nenhuma que Aluciano foi assassinado (…) aproveitando o momento fértil em que o próprio governo declara, que a cada militante do MST morto, os policiais deveriam receber uma medalha de honra ao mérito, ao mesmo tempo que propõe mudanças no estatuto do desarmamento, propondo mudanças que facilitam fazendeiros e empresários ao porte e compras de armas, e criminalizam cada vez mais os que lutam pela Reforma Agrária e a sociedade organizadas”.
Violência no campo
Os dados publicados no caderno Conflitos no Campo de 2018, registrados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgados em maio de 2019, mostraram um aumento de quase 36% de pessoas envolvidas em conflitos, o que representa, aproximadamente, um milhão de pessoas atingidas por conflitos no campo brasileiro no ano passado.
No que se refere especificamente a conflitos referentes à questão da terra, foi observado um crescimento de 11% em relação ao ano anterior.
O documento elaborado pela CPT denuncia, também, que em 33 anos, 1.938 trabalhadores foram assassinados em conflitos no campo.
Das 1.466 ocorrências registradas, somente 117 responsáveis pelos assassinatos foram julgados, tendo sido condenados apenas 101 executores e 33 mandantes.
Edição: Monyse Ravena
PS do Viomundo: Os advogados Aton Fon Filho e Roberto Rainha atuaram na defesa de Aluciano em 2018, quando ele foi submetido a julgamento por juri popular e absolvido.
Fon guardou alguns textos escritos pelo próprio Aluciano e nos enviou. Ajudam a dar uma ideia da sua força em vida. Abaixo os poemas História da Fazenda Jabuticaba e Quem Sou Eu?
História da Fazenda Jabuticaba
Fazenda Jabuticaba
Terra de grande valor
De padre e deputado
E doutora de doutor
Sem plantação nem lavoura
Até desembargadora
Aquela terra criou
Essa fazenda se encontra
Lá em São Joaquim do Monte
Terra de homens de bem
De mulheres importantes
Também da idolatria
Frei Damião e Maria
Tem sua estátua gigante.
Mas não é sobre estátua
Que eu quero comentar
É sobre a jabuticaba
E o que existe lá
São tantas coisas bonitas
Quem não viu não acredita
Só quem já esteve lá.
Tem casarão tem celeiro
Tem curral de vacaria
Uma igreja um cemitério
Pra enterrar a família
Umas palmeiras gigantes
Tudo no topo do monte
Quem vai lá sente alegria.
Fazenda tradicional
Do tempo da escravidão
Os escravos apanhavam
Com a folha de facão
E na maior covardia
O que falasse morria
Pra respeitar o patrão
Cangaceiro lampião
Isso é café pequeno
Lá existia um feitor
Matava mais que veneno
Sem um pingo de remorso
Ele jogava os corpos
Nas cavernas do terreno
Certo dia um senhor
Entrou pra tirar cipó
Lá na mata da fazenda
Desse homem eu tive dó
Ficou sem saber aonde
Levou uma pisa tão grande
Que ficou com um olho só
Tudo isso é historia
Que muitos ouvem contar
De pessoas mais antigas
Que viviam no lugar
Muitos deles já pensavam
E outros se perguntavam
Se isso nunca ia mudar
Só que um dia eu achei
Resposta pra essas perguntas
Conheci uma mulher
Coragem ela tinha muita
Uma herdeira da fazenda
Que vivia em contenda
Sem medo de ser defunta
Ela era abandonada
Por todos os seus parentes
Idade já avançada
Pois já vivia doente
A família abandonou
Por ser filha de doutor
Com uma mãe diferente
Registrada normalmente
Como uma filha normal
Mas os outros pretendentes
Aceitaram um escambau
Tomaram conta de tudo
Isto eu acho um absurdo
Mas pra eles é normal
Essa mulher companheiro
Resolveu a se vingar
Me preocupou bem ligeiro
Pra eu poder ocupar
Eu aceitei sem demora
As terras que essa senhora
Tinha direito a herdar
Eu vivia sossegado
Com o meu acampamento
Reivindicando as terras
Mas não passava pra dentro
Em um lugar reservado
Com os povos acampados
Sujeito a chuvas e ventos.
Essa mulher me chamou
Pra ir falar com ela
Numa manhã bem cedinho
Eu cheguei na casa dela
Pra ver o que ela queria
Confesso que nesse dia
Eu fiquei com pena dela.
Me falou do seu passado
Das aflições que vivia
Me fez algumas perguntas
Com o tom de ousadia
Se eu era corajoso?
Porque se fosse medroso
Para ela não servia.
Eu lhe respondi dizendo
Que medo eu não conhecia
Que meu nome era cabeça
Meu sobrenome ingrisia
No lugar onde eu morava
Tinha alguém que me chamava
Por nome de travessia
Ela disse vai dar certo
Era isso que eu queria
Encontrar alguém disposto
Sem medo sem covardia
Para poder nos juntar
Unir as forças e lutar
Enfrentar minha família.
Me falou sobre a fazenda
Que estava abandonada
Coberta de matagal
Ninguém lá plantava nada
É a primeira da lista
Se não for essa desista
De fazer Reforma Agrária.
Eu gostei dessa conversa
Que a mulher me contava
Uma terra como essa
Faz tempo que eu procurava
Pra não ser mais forasteiro
E assentar os companheiros
Que sempre me acompanhavam
Eu misturei a jornada
Com a sede de justiça
Nessa oportunidade
Eu não quis mostrar preguiça
Fui pra o acampamento
Naquele mesmo momento
Antes que a mulher desista
Reuni os companheiros
Com foice enxada e facão
Pra levar toda troçada
Aluguei dois caminhão
Colocamos tudo em cima
Noite adentro na neblina
Saímos cortando chão.
A herdeira da fazenda
É quem foi guiando a gente
Através de um celular
Foi tudo discretamente
Ela anunciava até
Onde nós botava o pé
E o que tinha pela frente.
Meia noite mais o menos
Nós chegamos no lugar
Onde segundo a herdeira
A gente iria acampar
Terreiro da casa grande
Foi menos o lugar aonde
Escolhemos pra ficar.
Quando amanheceu o dia
Naquele lugar estranho
Uns iam fazendo o fogo
Outros iam tomar banho
Outros iam preparar
O barraco pra ficar
Feito de lona e de pano.
Quando eu olhei de lado
Em direção à estrada
Só vi carros de policia
Com as sirenes ligadas
Desistir não dava mais
O melhor que a gente faz
É enfrentar a parada.
Começou nesse momento
Naquele dito terreiro
Um conflito permanente
De sem terra e fazendeiro
Brigavam todos os dias
A polícia só servia
Pra quem tinha mais dinheiro
Fui com alguns companheiros
Conversar com a polícia
Saber o que eles queriam
Pois eu não tinha malícia
Mas estava preparado
Ao ver tantos homens armados
Não vai ser boa a notícia.
O sargento disse assim
Não tenho nada com isso
O delegado mandou
Estou cumprindo serviço
Vim aqui só pra saber
O que está a acontecer
E o porquê do reboliço
Eu lhe respondi ligeiro
Não está havendo nada
Nós estamos ocupando
Essa terra abandonada
Pra nós poder trabalhar
Viver em paz sustentar
A nossa companheirada.
A polícia foi embora
Nos deixou naquele dia
Saíram de estrada a fora
Mas uma coisa eu sabia
Que não demorava muito
Com outro tipo de assunto
De novo eles voltariam.
E assim como eu pensava
Realmente aconteceu
Com poucos dias depois
O sargento apareceu
Com oficial de justiça
E uma triste notícia
Que muito me comoveu
Me mostraram um papel
Com ordem pra expulsar
Todo povo que comigo
Tava naquele lugar
Me falou o cidadão
Se sair sem confusão
Não vamos lhes machucar
Juntamos as coisas ligeiro
Sem pelo menos pensar
Uma ordem da justiça
Deus me livre eu enfrentar
Desobedecer jamais
O melhor que a gente faz
É sair sem reclamar
Foi o primeiro despejo
De muitos que aconteceram
Nem Che Guevara passou
Situação como eu
Nos lugares que eu passava
O povo já comentava
O cabeça enlouqueceu
Com algum tempo depois
Tudo mudou de figura
Aquela herdeira me trouxe
Com a sua assinatura
Um documento lavrado
No cartório registrado
Autenticidade pura.
Contrato de comodato
Dizia este documento
Reconhecido de fato
Sem aceitar argumento
Dava direito ao povo
A reocupar de novo
E permanecer lá dentro
Dava direito também
De o povo trabalhar
Plantar as suas lavouras
Sem ninguém atrapalhar
Até que as terras saíssem
De questão e dividisse
Cada um no seu lugar.
Taquei a enxada no chão
Plantei logo o meu roçado
Os companheiros também
Trabalhavam animados
Tudo mudou pra melhor
Por causa de um papel só
Estávamos sossegados.
Já depois de muita luta
Muita lavoura plantada
Despejo não mais assusta
Aquela companheirada
Trabalhavam noite e dia
Sem pensar na covardia
Que estava preparada.
A justiça preparou
Uma notícia amarga
Foi surpresa para todos
Isso ninguém esperava
O papel foi anulado
Fazendeiro e magistrado
Nos fizeram essa cilada
No ano de dois mil e seis
A data eu não lembro mais
O que fizeram com a gente
Isso com ninguém se faz
Humilharam, maltrataram
E depois nos obrigaram
Sair sem olhar pra trás.
Polícia tinha demais
Armados até os dentes
O batalhão inteirinho
Estavam ali presentes
Mais de trezentos soldados
Já vieram preparados
Para expulsar a gente.
O comandante competente
Naquela ocasião
Se pois logo ali na frente
Do enorme batalhão
Já prontos pra atacar
Foi quando eu corri de lá
E gritei agora não.!
Esperem logo chegar
Um alguém que eu convidei
Se ele vai chegar logo
Se vai demorar não sei
Só sei que a sua presença
Faz alguma diferença
Ou muda tudo talvez
Esse nome é de Guerra
É um nobre promotor
Já conhece essas terras
E o povo com quem estou
Vou logo lhe avisar
Enquanto ele não chegar
Eu vou ficar onde estou.
Quando o homem chegou
Viu que não tinha mais jeito
Foi feito um arrumadinho
Entre o padre e o prefeito
Juntos com o fazendeiro
Que gastou muito dinheiro
Pra isso tudo ser feito
O promotor disse assim
Não posso mais fazer nada
A justiça deu a ordem
Terá que ser acatada
Vou tentar negociar
Pra eles não machucar
A vossa companheirada
Eu então lhe perguntei
Sobre a nossa plantação
Plantada com muita luta
Com muita dedicação
Nós temos que decidir
Ninguém vai sair daqui
Sem ter uma decisão
O doutor me respondeu
A decisão foi tomada
Através da liminar
Pela juíza assinada
Mandando que a polícia
Use a força precisa
Mas resolvesse a parada.
Nem o povo nem lavouras
Pra eles tinha valor
Foi o que pude entender
Através do promotor
Que veio nos ajudar
Quando chegou no lugar
Ele mesmo se espantou.
Assistir aquela cena
Foi de cortar o coração
Vi companheiros chorando
Outros perderam a razão
E naquela mesma hora
Jogaram a enxada fora
E mudaram de profissão.
Perder suas plantações
Foi como perder a vida
Tanto suor derramado
Calo nas mãos tanta lida
Pra ver tudo se acabando
Trator por cima passando
Deixando a terra mexida
Até tentei acalmar
A fúria do pessoal
Dizendo eles vão pagar
Por esta cena brutal
Juntei a companheirada
Sem querer saber de nada
Partimos pra capital.
Para tentar resolver
Aquela situação
Saber se o governador
Tinha alguma solução
Eles enganaram a gente
Deixando o povo contente
Cheio de satisfação.
Disseram vamos pagar
Aquela destruição
Vamos mandar homens lá
Fazer avaliação
Pois o tanto que valer
Cada um vai receber
Sem faltar nenhum tostão.
A conversa foi tão boa
Alegrou aquela gente
Prometeu pra aquele povo
De agir urgentemente,
Vamos fazer nossa parte
Diante desse desastre
Não pode ser diferente
Tantas propostas bonitas
Ficaram só no papel
Hoje ninguém acredita
Nem mesmo no coronel
Quem mente Jesus se ira
Pois quem vive de mentira
Não pode morar no céu.
Nada melhor que o tempo
Pra curar decepção
Já tinha se acabado
Aquela tribulação
Eu disse à companheirada
Nós não vamos fazer nada
Não quero rebelião.
Terminou aquela fase
A revolta e confusão
Na beira de uma estrada
Vivendo em comunhão
Não querendo entrar em guerra
Mas voltar pra aquelas terras
Tava em nosso coração
Em massa nós decidimos
Que íamos reocupar
As terras que há poucos dias
Tínhamos saído de lá
E em pleno carnaval
Houve a decisão final
Pra poder o povo entrar
Só que inventariante
Mandou pra nós um recado
Que seria diferente
De como foi no passado
Se quiserem enfrentar
Vocês irão encontrar
Muitos homens bem armados
Confesso que eu parei
Pensei na situação
Mas eu só não decidia
E sim a população
Que gritava veemente
Sem terra marcha é pra frente
Pra conquistar nosso chão.
Realmente aconteceu
Do jeitinho do recado
Ao dar os primeiros passos
Tavam os homens bem armados
E como a foto mostrou
Para os trabalhadores
Os canos tavam apontados.
Foi aquela correria
Você pode imaginar
Como você reagiria
Estando no meu lugar?
Foi assim que reagi
Parei o povo e pedi
Pra polícia ir pra lá.
No meio da confusão
Alguém dos meus companheiros
Em ato profissional
Fotografa ligeiro
Para poder comprovar
O que acontecia lá
A mando do fazendeiro
Quando a policia chegou
Aquele grupo correu
Para esconder as armas
Mas a farsa não valeu
Quando eles desmentiram
Mostramos as fotografias
Das armas que escondeu
Eu ainda não sabia
No que isso ia dar
Aquelas fotografias
Serviam para provar
Que a equipe estava armada
Bloqueando a estrada
Pra o povo não passar
A polícia conversou
Resolveu naquela hora
Decidiu que aquele grupo
Teria que ir embora
Não gostaram do assunto
Mais saíram todos juntos
Daquela terra pra fora
Ficaram em uma vila
Por nome de monte alegre
Bebendo fazendo planos
Dizendo essa nós não perde
É pra matar ou morrer
Mais os sem terra vão ver
Que conosco ninguém mexe.
A pessoa que por vez
Tirou as fotografias
De moto com o seu pai
Foram passar pela vila
Sem saber que lá estavam
Os homens que esperava
Para tirar suas vidas.
Quando eles avistaram
Correram pra lhes pegar
Dizendo olha eles ali
Não deixe eles escapar
Eles voltaram ligeiro
E pelo mesmo roteiro
Fugiram pra se salvar.
Chegaram muito assustados
Com o que aconteceu
Me falaram preocupados
Peço pelo amor de Deus
Vamos por outra estrada
Na vila tem emboscada
Por pouco nós não morremos
E pelo meio da mata
Num caminho feito a mão
Por nossa companheirada
Com foice, enxada e facão
Pra não passar pela vila
Passamos por essa trilha
Pra evitar confusão.
Aluciano Ferreira dos Santos
Quem Sou Eu?
Eu não sou escritor, não sou poeta,
Também não sou filósofo.
Todo bom escritor requer três coisas
Básicas, 1° estudo, 2° tempo 3° paciência.
1° estudo: eu não tenho, sou um semianalfabeto
Que fiz apenas a 5° serie do 1° grau, aqui
Na cadeia. Por isso eu não posso me considerar
Um escritor, penso que o caro leitor entenda
A minha ignorância, pois foi por causa dela
Que eu resolvi escrever este livro, eu pensei,
Será o primeiro livro escrito por um
Semianalfabeto, que em ritmo de poesia filosofou.
2° o tempo: Quando escrevi este livro
O tempo não era muito problema, pois eu
Estava preso, e na cadeia o tempo sobra,
Por isso precisamos fazer alguma coisa
Inventar qualquer atividade pra passar
O tempo, cada dia parece uma eternidade
É como se o tempo esticasse como um elástico,
“eu só tinha o tempo em meu favor”,
A bíblia sagrada diz: No livro de Eclesiastes
No capitulo três e no versículo primeiro em diante,
Que tudo tem o seu tempo determinado e há
Tempo para todo propósito debaixo do céu;
Há tempo de nascer e tempo de morrer;
Tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar e tempo de curar;
Tempo de derribar e tempo de edificar;
Tempo de chorar e tempo de rir;
Tempo de pratear e o tempo de saltar;
Tempo de espalhar e tempo de ajuntar pedras;
Tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar e tempo de perder;
Tempo de guardar e tempo de deixar fora;
Tempo de rasgar e tempo de coser;
Tempo de estar calado e tempo de falar;
Tempo de amar e tempo de aborrecer;
Tempo de guerra e tempo de paz;
O sábio Salomão só esqueceu de dizer que
Há tempo de escrever e tempo de ler;
O tempo de escrever foi quando eu estava
Preso, e o tempo de ler é agora.
Eu acho que foi por isto que eu passei tanto
Tempo preso, porque foram muitos os propósitos
E um deles foi escrever este livro;
Por isso eu não posso dizer que sou um
Escritor, foi o tempo que me sobrou.
3° paciência: Quem é paciente consegue as
Conquistas dos seus objetivos e dos seus
Sonhos, quem é paciente consegue escrever, ler e
Estudar; a paciência é um comportamento
Digno, que nos traz muitos benefícios
Mais a paciência não é um mérito nosso
Mas é gerada ou produzida através das
Lutas e das tribulações, a bíblia diz no
Livro de Romanos 5.3 que a tribulação
Produz a paciência e eu sou testemunha
Disso, porque depois de tanta luta
E de tanta tribulação, Deus me deu
Um pouco de paciência, por isso eu entendo
Que não é mérito meu, mas é um dom
De Deus. Então eu cheguei a conclusão
Que eu não sou poeta, não sou filosofo,
Nem escritor, tudo que tenho, que sou
E que faço, agradeço ao meu senhor.
Aluciano Ferreira dos Santos
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