“Estarrecedor”, diz defesa de Lula sobre Moro e MPF tramarem ataque na mídia

Foto: Ricardo Stuckert




Por Jornal GGN - 15/06/2019




A defesa do ex-presidente Lula publicou uma nota reagindo às novas conversas divulgadas pelo Intercept Brasil, na noite de sexta (14). Mensagens trocadas entre Sergio Moro e os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima mostram que o então juiz solicitou ao Ministério Público Federal (MPF) que elaborassem uma nota atacando o depoimento de Lula em Curitiba, no caso triplex.
Moro justificou que a manifestação era necessária para fazer contraponto ao “showzinho” dos advogados de Lula, e também para evidenciar, junto à grande mídia, as “contradições” do ex-presidente durante a oitiva.
“É inimaginável dentro de um Estado de Direito que o Estado-juiz e o Estado-acusador se unam em um bloco monolítico para atacar o acusado e seus advogados com o objetivo de impor condenações a pessoa que sabem não ter praticado qualquer crime”, escreveram os advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins.
Leia, abaixo, a nota completa.
“É estarrecedor constatar que o juiz da causa, após auxiliar os procuradores da Lava Jato a construir uma acusação artificial contra Lula, os tenha orientado a desconstruir a atuação da defesa técnica do ex-Presidente e a própria defesa pessoal por ele realizada durante seu interrogatório (10/05/2017). As novas mensagens reveladas ontem (14/06/2019) pelo “The Intercept”, para além de afastar qualquer dúvida de que o ex-juiz Sérgio Moro jamais teve um olhar imparcial em relação a Lula, mostram o patrocínio estatal de uma perseguição pessoal e profissional, respectivamente, ao ex-Presidente e aos advogados por ele constituídos.
É inimaginável dentro de um Estado de Direito que o Estado-juiz e o Estado-acusador se unam em um bloco monolítico para atacar o acusado e seus advogados com o objetivo de impor condenações a pessoa que sabem não ter praticado qualquer crime.
É repugnante, ainda, constatar que a campanha midiática ocorrida em maio de 2017 objetivando atacar a memória de D. Marisa Letícia Lula da Silva tenha sido tramada pela Lava Jato, como também revelam as mensagens do “The Intercept”.
Tais fatos, públicos e notórios, reforçam o que sempre defendemos nos processos e no comunicado encaminhado em julho de 2016 ao Comitê de Direitos Humanos da ONU: Lula é vítima de “lawfare” e o ataque aos seus advogados é uma das táticas utilizadas para essa prática nefasta”.