‘Tchuchuca’, dilema para o centrão: só o PT será o ‘anti-reforma’?

POR  · 03/04/2019


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O confronto de hoje na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara cria uma interessante questão política, para além dos desaforos trocados.
É a de que cresce a radicalização entre o pró e o anti-reforma, porque a radicalização do “1 trilhão” de Paulo Guedes desviou as atenções do que seria justo e plausível modificar  para a imposição rentista da reforma da Previdência.
E como a rejeição à reforma, por razões óbvias, é majoritária e tende a se expandir, fica um dilema para os partidos do Centrão.
Não vai passar despercebida uma adesão ao projeto do Governo e talvez não baste a ideia de que, quando se discutir o mérito, vão se cortar absurdos como o BPC e a aposentadoria rural.
Objetivamente, não há hipótese de que a oposição vote contra, ainda na questão da admissibilidade.
O Centrão vai votar a favor para “consertar depois”?
Na política, o tempo cobra preços. E caros.
De agora em diante, afigura-se um quadro em que a reforma só terá inimigos e áulicos.
A concessão quanto aos pontos inviáveis seria um gesto de ampliação de apoios, mas não aconteceu.
Deixou parte da Câmara na posição de dizer: “voto a favor, mas sou contra”.
A oposição, PT à frente, ficou na situação confortável de poder marcar uma posição que coincide com perto de dois terços da opinião pública, que rejeita a reforma?
E sozinha, se o centrão aceitar ir com o governo para “acertar lá na frente”.

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