O psiquiatra chileno Claudio Naranjo: "A sede de amor é uma das grandes causas do sofrimento no mundo"

Por RT - Postado: 28 de fevereiro de 2019 às 13:59 GMT

Como superar a dor em um mundo que não nos ensina a olhar para dentro e estar consciente? Por que hoje são tão poucas boas relações com nossos pares? O que a morte do nosso próximo nos ensina? Por que é vital saber como perdoar os outros e perdoar os outros? Em 'Interview', RT, o renomado psiquiatra chileno Claudio Naranjo, um dos convidados mais vistos em toda a história do nosso programa, compartilha sua sabedoria conosco.


O renomado psiquiatra chileno Claudio Naranjo aborda no programa 'Intervista, de RT, alguns dos tabus da nossa atual sociedade: sofrimento, dor e morte.

Como lidar com a dor?

De acordo com as reflexões do especialista, para tratar a dor é necessário, em primeiro lugar, "verificar de onde vem". Naranjo indica que a dor é o fruto "da cegueira, da ignorância", entendido como não saber o que está acontecendo. A cura para esse sofrimento, ele aponta, é o "desenvolvimento da consciência", que permite olhar para dentro e para fora.
Se você se identifica com seu corpo e com o mundo emocional, é impossível que a dor transcenda, explica o psiquiatra.
Para começar o caminho do conhecimento, é necessário ter um pouco de lembrança. Naranjo aconselhou que se tomasse uma hora por dia para não fazer nada "para sair do mundo".

"A sede de amor dói"

Ele também considera urgente enfrentar a "sede de amor", que "é uma das grandes causas do sofrimento no mundo". Para diminuir esse sofrimento, é necessário dedicar energia para amar a si mesmo, em vez de buscar o amor do outro, ressalta.
O especialista também aborda a questão da morte, indicando que quando você entender que "não é o corpo, não é as emoções, um não é o pensamiendo" chegar a uma "consciência diferente" através do qual você pode conseguir uma "transição fácil" e sair em paz.
Naranjo diz que quando ele propõe terapias sobre a morte, ele sempre chega à conclusão de que as pessoas recorrem a uma "atitude de meditação" e tentam "se preparar". "A morte revela mais o significado da vida."

Finalmente, o psiquiatra aconselha a viver conscientemente aqui e agora, pois isso obriga a ser verdadeiro, ter coragem e estar desperto consigo mesmo.

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