Lage: no governo, circo e palhaço; no país, a ruína; na cadeia, a honra

POR  · 09/03/2019


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Só o investimento estatal pode repor em marcha a economia brasileira – e não é preciso ser economista para perceber isso: financiar a construção de casas, ferrovias, estradas de rodagem, portos, usinas núcleo e hidroelétricas, dutos e refinarias de petróleo; a ação social e a cultura do país, que o povo guarda para seu carnaval.
Não há outro caminho – pois não há caminho.
O capital externo compra ativos e guarda – do Matte Leão à Phebo – e aplica fundos em lojas de varejo: milhares de farmácias, por exemplo. Começou a desmontar indústrias de montagem – tomara que não faça o mesmo, amanhã, e desacabe as de acabamento.
Não temos futuro, também, como exportadores de commodities. Somos vassalos políticos de um concorrente mais forte que, na melhor das hipóteses, agregará nossa agropecuária à deles, como for de seu melhor interesse, no volume e nos esquemas de comercialização.
Bens minerais de nada valem, se não somos capazes de gerir e proteger nossas reservas – pelo contrário, somos a puta oferecida do mercado mundial. Não temos força política para calar os que vão ocupando a Amazônia verde nem força armada para proteger poços de petróleo da Amazônia azul, que já não são nossos.
Há iminente revolução tecnológica – não é por aqui.
Há um pujante socialismo de mercado – que causa horror.
Somos a orgulhosa craca no casco do Titanic.
No Ministério da Economia, uma caricatura de múmias de Chicago contempla a carniça e baba.
No governo, um circo.
Na presidência, o palhaço.
Na cadeia, a honra nacional, que se preserva do striptease moral dessa gente toda.

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