Assassinato de Marielle: Polícia de Wilson Witzel está escondendo o jogo (ou o criminoso). Por Joaquim de Carvalho

por Joaquim de Carvalho - no DCM - 12 de março de 2019

O governador e os policiais

A coletiva convocada pelo governador Wilson Witzel para esclarecer o caso Marielle terminou com muitas dúvidas.
O delegado Giniton Lages, responsável pelo inquérito, até tentou dar esclarecimentos, mas ao final ele puxado pelo braço por outra pessoa.
E a entrevista terminou, com repórteres fazendo perguntas que ficaram sem respostas.
Witzel já tinha deixado a mesa.
Quem mandou matar Marielle?
Esta pergunta não foi respondida.
Pelo contrário. Pelo que disse o delegado, a Polícia Civil considera a possibilidade de crime de ódio.
Ou seja, Ronnie Lessa, o policial militar reformado, seria uma pessoa que odeia políticos de esquerda.
Esta versão é difícil de engolir.
Foi um crime altamente sofisticado, e depois do crime houve tentativa de homicídio de Ronnie Lessa.
A primeira conclusão é que teria sido tentativa de queima de arquivo.
O delegado, no entanto, descartou essa possibilidade.
Teria sido uma tentativa de roubo.
O delegado também disse que Ronnie Lessa, embora morasse no mesmo condomínio que Bolsonaro, não tinha relacionamento com ele, nem com ninguém da família dele.
Difícil de engolir.
A Polícia está escondendo muita coisa.
Pode ser para preservar a investigação, já que há uma suposta segunda fase do inquérito em que será apurado se há mandantes.
Pode ser pela deliberação de não avançar na investigação.
A primeira hipótese é compreensível.
A segunda, inaceitável.
O crime foi de profissionais, executado por uma pessoa que já foi da Polícia Civil e do Bope.
Um criminoso que permaneceu duas horas no carro, em campana, paciente, esperando pela saída de sua presa, a vereadora Marielle Franco.
Era uma missão.
Ronnie Lessa puxou o gatilho.
Mas não foi apenas ele quem matou
A responsabilidade foi de quem mandou matar.
E esse monstro está solto.
.x.x.x.
Espera-se que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que não quis participar da coletiva convocada pelo governador Witzel, dê os esclarecimentos que a Polícia Civil negou.
A coletiva dos promotores e procuradores está marcada para as 14h30.


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