Bolsa Família influenciou queda de número de homicídios em cidades do Brasil, diz pesquisa da Fiocruz
Segundo o estudo, o programa pode ter evitado mais de 58.000 mortes em 8 anos.
Por Revista Forum 25/01/2019
Por Revista Forum 25/01/2019
Reportagem de Heloísa Mendonça, na edição desta sexta-feira (25) do El País, informa que um estudo inédito realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela queda no índice de homicídios relacionados ao Bolsa Família.
Segundo o estudo, que analisou dados de todos os 5.507 municípios brasileiros entre 2004 e 2012, as taxas de assassinatos e de pessoas internadas por atos violentos decaíam à medida que os lugares tinham uma maior e mais prolongada cobertura do Bolsa Família.
Nos municípios em que o alcance do programa de transferência de renda do Governo Federal chegava a 70% das pessoas elegíveis ou mais, a redução dos homicídios foi, em média, de 17% em 12 meses. Após quatro anos, os assassinatos caíram 24%. A mesma tendência foi observada no número de hospitalizações por agressão nesses municípios: em um ano, o índice caiu, em média, 8% e, após quatros anos, recuou 25%.
Na avaliação dos pesquisadores, os dados encontrados pela pesquisa mostram que a proteção social pode ser o caminho para a redução da brutal violência nos países de baixa ou média renda e revelam que o corte ou redução do Bolsa Família poderia aumentar a taxa de homicídios no Brasil.
Ainda segundo o estudo, o programa pode ter evitado mais de 58.000 mortes em 8 anos.
“Os homicídios estão muitas vezes ligados à desigualdade de renda e o Bolsa Família ataca exatamente este ponto. Ao reduzir a dificuldade econômica, o programa também impacta psicologicamente esses cidadãos, levando a uma queda de estresse, de rompimentos familiares e do consumo de álcool”, disse Daiane Borges Machado, pós-doutoranda no Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e uma das pesquisadoras do estudo.
Leia a reportagem completa.
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