Rui Daher: "Me fino", não afino

Por Rui Daher - no GGN - 24/12/2018

Prometi a mim mesmo que nos próximos dez dias tentarei não realizar qualquer ação que exija o mínimo de esforço intelectual. Não me lembro de ter vivido ano tão pesado quanto esse em minha vida. Mesmo 20 anos atrás quando passei por derrocada profissional e financeira, por esperto não ser e achar que honra e lealdade ainda prevaleceriam no futuro, ou quando fiz cirurgia coronariana, há 12 anos que, esta sim, permitiu que eu estabelecesse pontes para o futuro.

Não por ter trabalhado muito em 2018. É o que faço há 51 anos. Ou ter lido e escrito tanto, o que se repete de forma cada vez mais intensa desde a adolescência beneditina. Mas, sim, pelo ar de insanidade geral, no Brasil e no planeta, que hoje em dia parece se aproximar e derrubar meu combalido Exército de Brancaleone.

“Avassalador” é o caricato que nos entregaram. Ignóbeis seus trâmites. Inferiores os sentimentos.  

Sendo sincero: a mim e creio a muitos só resta levantar uma bandeira: “NÃO, NÃO RESISTIREMOS”. Por favor, toquem o barco sob o temporal que nenhum mal os fará. Um acordo secular garante-lhes os imensos poderes e riquezas. Como quis Mário Quintana (1906-1994):

“Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho”.

Passarinhos, todos. Destruídos, mas conformados. Acham terem trazido o “novo”. Pois nem mesmo trarão o que de bom havia no velho.

Nos próximos dias, me fino em BRD (Blog Rui Daher), no GGN, e meu inseparáveis colegas jornalistas, Nestor, Pestana e Erivaldo. Termino sem lives 2Pi, sem as sementes agrárias plantadas em CartaCapital. Nem pensar no livro a escrever ainda não começado ou os que chegam, presentes para ler nos “feriados”.

Procurarei saber onde Sérgio Mallandro estará atuando. Revirarei o YouTube à procura de Ronald Golias e de Ivon “Voz Macia” Cury, na peneira e namorando. Quem sabe um filme da Atlântida, com Eliana, Cyl Farney, Oscarito e Grande Otelo.

Mais atuais? Luan, Safadão, Anitta, Sorocaba&Piedade, Capital Inicial? Acho que não. Estaria me flagelando como foi Cristo até a cruz.

Livres das minhas, poderão conviver apenas com suas incertezas e festas de amor aos próximos.

Inté!