Otimismo sobre ações de Bolsonaro expõe conduta 'esquizofrênica' do brasileiro, por Tiago Barbosa


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por Tiago Barbosa - no GGN - 13/12/2018

Pesquisa da CNI/Ibope identificou 64% dos brasileiros otimistas com o futuro governo Jair Bolsonaro e apoio de 75% às ações durante a transição.

Os entrevistados apontaram como principais problemas do país a saúde (46%) e o desemprego (45%).

Pois bem.

O futuro ministro da Saúde, Henrique Mandetta, é investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois.

À ficha corrida se soma o desafio de garantir a atenção básica depois do vácuo sanitário deixado pela saída dos médicos cubanos.
Os brasileiros não parecem tão dispostos a encarar o espírito da medicina em áreas pobres, distantes e indígenas afetadas pelo coice diplomático bolsonarista.

O cargo de ministro do Trabalho não existirá porque Bolsonaro extinguiu a pasta e esquartejou as atribuições entre outros ministérios.

O presidente eleito defendeu os patrões, criticou as leis trabalhistas e elogiou a informalidade - emprego bom é emprego com menos direitos, ele defende.

Integrantes do governo defendem o fim da estabilidade do serviço público.

Tudo caminha para a precariedade total da terceirização: menos direitos, menos impostos pagos, menos recolhimento previdenciário.

E, aí, o desfecho do otimismo: menos dinheiro público na saúde, menos aposentadoria, menos grana para férias, décimo terceiro e quinquilharias de países atrasados.

O lema perfeito para esse Brasil esquizofrênico bem poderia ser “Sorria, você está sendo enganado”.

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