Ex-motorista de Bolsonaro pode ser conduzido coercitivamente se não depôr na sexta

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O ex-motorista de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, poderá ser conduzido coercitivamente caso não compareça ao depoimento marcado no Ministério Público do Rio de Janeiro na sexta (21) ou não apresente justificativa plausível para uma eventual ausência. A informação é do El País.
 
Queiroz é investigado por ter feito movimentações suspeitas, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, que somam R$ 1,2 milhão. Os indícios divulgados até agora apontam que o ex-motorista operava uma "conta bancária de passagem", que recebia depósitos em dinheiro de ao menos outros 9 funcionários de Flávio Bolsonaro.
 
Uma das pessoas beneficiadas pela conta é a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que recebeu R$ 24 mil. Jair Bolsonaro alegou que o repasse era fruto do pagamento de um empréstimo de R$ 40 mil que ele havia feito a Queiroz. O montante não foi declarado no imposto de renda do presidente eleito.
 
A defesa de Queiroz alegou problemas de saúde "inesperados" para justificar a ausência do ex-motorista na oitiva agendada na quarta.
 
O El País frisou que o pagamento de "pedágio" por servidores de parlamentares é comum, embora ilegal, tanto em câmara de vereadores como de deputados. 
 
A família Bolsonaro, inclusive, tem histórico de problemas com funcionários fantasmas.
 
A filha de Queiroz, Nathalia, esteve lotada no gabinete de Flávio e de Jair, e depositou mais de 90% de seu salário em 2018 na conta administrada pelo pai. Além disso, embora recebesse salário como servidora, ela atuava em período integral como personal trainer. Nathália, assim como o pai Queiroz, foram demitidos por Jair e Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro.
 
Um dia depois da exoneração, 16 de outubro, a operação Furna da Onça, do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, pediu diligências contra uma dezena de deputados do Estado. Flávio não estava na lista.
 
Em agosto passado, a Folha revelou outra funcionária fantasma de Jair Bolsonaro. Walderice Santos da Conceição, que ganhou o apelido de Wal do Açaí, erarecebia salário do gabinete mas cuidava de uma barrada de açaí e da casa de veraneio do então deputado em Angra dos Reis. 

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