Coaf chega em movimentação suspeita de ex-assessora de Bolsonaro

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Relatório apontou transações suspeitas que totalizaram R$ 84 mil reais entre PM ex-assessor de Flávio Bolsonaro e sua filha, que trabalhava no gabinete do presidente eleito em Brasília

por Redação RBA - publicado 07/12/2018

FERNANDO FRAZÃO/AGENCIA BRASIL
Bolsonaro e Michelle
Pai e filha que assessoravam Bolsonaros aparecem em relatório do Coaf sobre transações suspeitas
O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentação financeira suspeita do ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro(PSL/RJ), o policial militar Fabrício José Carlos Queiroz, cita também transações atípicas entre ele e sua filha, Nathalia Melo de Queiroz. Ela foi, até o mês passado, assessora do então deputado federal e agora presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta-feira (6), o nome de Nathalia aparece no relatório associada a um montante total de R$ 84 mil, sem identificação individual das transações entre ela e o pai.
Nathalia trabalhou como assessora no gabinete de Bolsonaro entre dezembro de 2016 e outubro deste ano, com salário de cerca de R$ 10 mil. Coincidentemente, ela foi exonerada, em Brasília, no mesmo dia que o pai era dispensado do pelo filho do presidente, no Rio de Janeiro.
O documento faz parte das investigações da chamada Operação Furna da Onça, que prendeu dez deputados estaduais do Rio de Janeiro envolvidos em um esquema de pagamento de propina, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF). 
Em relação a Fabrício, o Coaf apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em sua conta, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, quando era assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – filho mais velho de Jair Bolsonaro. 

Uma das transações na conta do assessor de Flavio Bolsonaro, citadas no relatório do Coaf, é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito, Jair Bolsonaro, aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.

Investigação

O líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), entrou com pedido de investigação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar “possíveis ilícitos criminais e administrativos” envolvendo o deputado estadual Flávio Bolsonaro e Michelle. 
"Imaginem se o motorista do Lula tivesse movimentado R$ 1,2 milhão (e mais de R$ 300 mil em espécie) durante um ano tendo recebido salário de R$ 8 mil... qual seria a reação da mídia e do Jair Bolsonaro na tribuna da Câmara?", tuitou o Pimenta.
Em vídeo nas redes sociais, o parlamentar chamou a atenção do futuro "super-ministro" da Justiça"Um assessor que ganha cerca de 8 mil reais por mês, em um ano, recebeu R$ 1,2 milhão na conta. Na movimentação desse indivíduo tem depósito até para Dona Michelle Bolsonaro. E agora, Sérgio Moro?”, Na pasta da Justiça, o ex-juiz também comandará as ações do Coaf, que será movido do ministério da Fazenda. 

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