Tijolaço: Resistir, em nome da civilização e da saúde mental

POR  · 11/10/2018
Estava liberando os comentários acumulados durante a noite e a madrugada e me deparei com alguns que argumentavam que “não era nazista”a suástica gravada a canivete na barriga de uma moça de 19 anos no Rio Grande do Sul que usava uma camiseta com a inscrição “Ele Não”, porque as “perninhas” da cruz gamadas não estavam desenhadas “no padrão”.
Realmente, pretender que bandos de agressores de rua tenham sofisticação heráldica, é demais da conta.
Por curiosidade, fui ver também as reações em outros sites, como o Terra. E também lá estão os covardes a desenvolver as mesmas teses canalhas e a dizer que  como a moça não está disposta a fazer uma representação criminal – embora isso fosse desnecessário, à medida em quem ao registrar a ocorrência, tenha tornado obrigação do Estado proceder.
Esta gente está doente.

Será que não é mais capaz de pensar no medo que esta moça está sentindo? Será que é possível que não tenham uma filha, uma irmã, uma namorada e não pensem no que seria três homens marcarem-na, à força, com um canivete?
Será que as “excelentíssimas excelências” do Judiciário, do Ministério Público, dos meios de comunicação, do “mercado” não estão vendo as bestas-feras que despertaram? Será que acham que as trarão para o canil assim que “fizerem o serviço” eleitoral?
Se pensam, olhem para o próprio Jair Bolsonaro, a quem uma vez passaram a mão à cabeça por planejar explodir bombas num quartel para ter aumento de soldo.
Não estamos lutando mais por um candidato, ou um partido, ou uma ideologia.
Estamos lutando contra a barbárie, a insanidade mental.
Diz hoje Janio de Freitas, na Folha que “a democracia não é defendida com posição passiva nem, muito menos, com enganosa neutralidade e que “não a defender, é traição ao presente do país e às gerações que nele ainda despontam”.
Meus filhos e meus netos não serão marcados na barriga como gado do fascismo, seu puder estar vivo para impedir.
Cabe a cada um decidir se os seus serão.

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