Tijolaço: Regina Duarte “rides again”?

POR  · 02/10/2018


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Monteiro Lobato, em um dos seus livros infantis, põe um de seus personagens a dizer que “o medo é o filho da ignorância com a escuridão”.
Verdade fácil de se comprovar: não se tem medo em um lugar bem iluminado, mas também não se tem dentro de sua casa, quando falta luz, porque ali nada é ignorado, tudo é bem conhecido.
A direita brasileira acena com perigos, sempre, para tornar palatável o que, de outra maneira, não se conseguiria engolir.
Na campanha de Fernando Collor, espalhou-se que Lula iria  “confiscar a poupança” dos brasileiros e não é preciso lembrar quem o fez.

O mesmo estratagema foi repetido por Fernando Henrique Cardoso, em 1994. O registro é da Folha de S. Paulo, na época.
Em 2002, também dispensa recordações, houve o famoso “eu estou com medo” de Regina Duarte.
Agora, criaram o “transformar o Brasil numa Venezuela”, algo completamente disparatado, mas que se aproveita da crise – e do confronto brutal – do nosso infeliz vizinho, algo que não se tem o menor indício de que se possa passar aqui, exceto pela fúria dos grupos de direita, que não tem contraponto mínimo sequer na esquerda.
Ao contrário das outras vezes, porém, encontraram um caminho para a disseminação destas bobagens terroristas: as redes sociais. E não são mais os “robôs” de Aécio, mas o próprio núcleo de boçais que ocupa o centro da candidatura de Bolsonaro  quem protagoniza o espetáculo.
Faltava, porém, o que desse a isso a credibilidade que não têm e, a essa missão prestam se a mídia, o judiciário e os intelectuais “borzeguins ao leito”, que catam defeitos em quem pode derrotar o monstro do fascismo e a estes fiapos se agarram, fazendo coro à onda.
Nosso dever é não fraquejar e conceder. Não é hora de estudos de viés acadêmico sobre a natureza fascista de parte da classe média, é tempo de mostrar que não nos abatemos com esta máquina de propagandas e calúnias e afirmamos nosso compromisso com o povo brasileiro.
Quem não agir assim não estará à altura de quem, preso e isolado há seis meses, não “entregou a rapadura” por um só instante.

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