Maior cientista brasileiro, Nicolelis, alerta: “País sem ciência perde soberania”

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22/10/2018

'Estamos em uma bifurcação histórica das que definem o destino de um país por décadas'

O maior cientista do Brasil atualmente, Miguel Nicolelis, fez um pronunciamento poderoso na noite desta segunda (22) no Tuca, em ato nacional em favor da candidatura Haddad e Manuela. Leia abaixo:


“É um grande prazer estar aqui como cientista brasileiro, curiosamente, 40 anos depois de eu estar ali na rua. A minha faculdade de Medicina e a PUC haviam sido invadidas e tomadas no meio da ditadura militar, e eu mal poderia imaginar que, 40 anos depois, eu estaria aqui tentando defender a permanência do regime democrático brasileiro com meu voto para que os meus filhos e os meus netos não tenham que viver o que os meus pais e a minha família viveu”.
“Poucos países têm o privilégio de, em uma eleição presidencial histórica, numa dessas bifurcações épicas que definem o futuro de uma nação por décadas, ter como candidato um professor. Poucos países têm a chance de eleger o maior ministro da Educação da história do Brasil. Poucos têm a chance de fazer da vice-presidência do país um tributo à força e à pujança da mulher brasileira”.
“Poucos países têm a chance de construir uma democracia tropical que olhe para todos, sem diferença de cor, credo, orientação sexual e até de visão futebolística. Esse é o Brasil”.
“Há 25 anos eu percorro o mundo. De 2002 a 2014, por onde eu ia, o Brasil era considerado a esperança do mundo. O único país, possivelmente, que tinha a chance de construir uma verdadeira democracia para todos”.
“Hoje, nesta bifurcação histórica, eu peço a todos os brasileiros, a todos os alunos que usaram o Prouni para entrar na universidade, todos os alunos de pós-graduação, todos que fizeram seu mestrado e doutorado graças às bolsas concedidas pelo Ministério da Educação sob a regência do Fernando, todos os professores contratados pelo maior programa de contratação de professores docentes do mundo, o Reuni, eu peço a todos os estudantes que eu encontrei pelo mundo nos meus 25 anos de cientista, nos últimos 15 anos, com bolsas do Ciência sem Fronteiras, eu peço a todos os cientistas, homens e mulheres deste país, que lembrem: esta é a bifurcação também da ciência brasileira. Porque, dependendo do resultado da eleição, ela não existirá mais. E um país sem ciência é um país condenado à perda da cidadania”.
“Em suma, eu peço, acima de tudo, um voto na civilização, pela democracia e pelo Brasil”.


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