“Eu duvido que depois de eleito, Bolsonaro saia do poder. Ele é candidato a formar um Reich”, diz especialista
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Adriana Dias, doutora em antropologia social que estuda o fenômeno da extrema direita, lembra que os discursos do candidato do PSL incentivam os grupos neonazistas no Brasil
17/10/2018
Bolsonaro incentiva a atuação de grupos neonazistas. Seus discursos racistas, machistas, elitistas e opressores legitimam as ações de grupos extremistas. A conclusão é de Adriana Dias, doutora em antropologia social que estuda o fenômeno da extrema direita no Brasil há mais de quinze anos.
A especialista fez questão de destacar que Bolsonaro jamais tentou se desassociar de grupos nazistas que fazem manifestações usando o seu nome:
“Pelo contrário: ele mandou cartas de apoio para grupos neonazistas”, revela.
“Eu via um potencial crescimento desse movimento. Acabou acontecendo. Quando a realidade provou meus dados eu fiquei bastante desanimada. Preferia estar errada”, diz.
Segundo Adriana, no início do estudo, em 2002, foram identificados 8 mil sites em português de conteúdo neonazista. Hoje, são mais de 400 mil pessoas participando de fóruns, sites e comunidades de extrema direita.
“É uma coisa tsunâmica. Falam que fascismo é algo démodé, do passado. Não é. O fascismo está presente no Brasil hoje. O neonazismo é um perigo verdadeiro à civilização ocidental”, alerta.
Ainda de acordo com Adriana, três fatores foram fundamentais para o crescimento do neonazismo no Brasil: a crença no mito da meritocracia; a construção do “outro” – isto é, sempre ter alguém a quem culpar: o pobre, o gay, o negro, as mulheres, o nordestino; e o culto à masculinidade.
Adriana alerta que os três fatores são os mesmos que criaram o ambiente para a ascensão do nazismo na Alemanha.
Na entrevista, Adriana explicou ainda que a candidatura de Bolsonaro tem relação direta com os grupos neonazistas e que os discursos do capitão da reserva reproduzem as ideias fascistas:
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