#DitaduraNuncaMais: conheça Brilhante Ustra, herói de Bolsonaro que foi condenado por tortura e assassinato

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Maior ídolo do candidato do PSL, o coronel foi conhecido por colocar ratos e baratas nas vaginas de mulheres torturadas nas dependências do DOI-Codi, durante a ditadura

16/10/2018

Sempre que pode, o deputado Jair Bolsonaro faz questão de homenagear Carlos Alberto Brilhante Ustra. O candidato do PSL já ressaltou que seu livro de cabeceira é o que reúne as memórias do coronelreformado. Mas você sabe quem foi Brilhante Ustra?

Idolatrado por Bolsonaro, o coronel tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça como torturador e assassino durante a ditadura. Em 2012, Ustra foi condenado pela tortura e assassinato do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, em 19 de julho de 1971. O crime ocorreu nas dependências do Destacamento de Operações de Informação-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) de São Paulo, então comandado por Ustra, e um dos mais horrendos centros de tortura instituídos pela ditadura (1964-1985).

Ustra foi o responsável pela morte de 60 pessoas inocentes e a tortura de ao menos outras 500 vítimas.

herói de Bolsonaro não poupava nem mesmo mulheres grávidas. Crimeia Schmidt foi torturada por Ustra quando estava grávida de sete meses:

“Ele me tirou da cela puxando pelos cabelos e me batendo na cara. Aí eu fui sendo arrastada por ele ali no corredor das celas, apanhando. Antes de subir as escadas, eu perdi a consciência e acordei na sala da tortura toda urinada”.

Para Bolsonaro, que também defende a tortura,  o grande erro da ditadura “foi torturar e não matar” e que os militares deveriam ter “fuzilado uns 30 mil naquela época”. O candidato do PSL defende que Ustra é “um herói brasileiro”.

“Conheci e fui amigo do Ustra. Sou amigo da esposa dele, sou uma testemunha viva de toda essa história do que queriam fazer com nosso país (…) O coronel recebeu a mais alta comenda do Exército, é um herói brasileiro. Se não concordam, paciência”, disse Bolsonaro na sessão do Conselho de Ética da Câmara em 2016.

Ustra nasceu em Santa Maria (RS) em 1932. Ele teve uma rápida ascensão na carreira militar e chegou a chefe do centro de investigações conhecido como Operação Bandeirante (Oban), criada em São Paulo em 1969. Lá, Ustra ficou rapidamente conhecido por “inovar”nas  técnicas de tortura aplicadas contra todos aqueles que lutavam contra o regime autoritário imposto aos brasileiros.

“Você vai conhecer a sucursal do inferno”, costumava dizer Ustra às suas vítimas.


As técnicas de tortura de Ustra consistiam em espancamentos, choques, afogamentos e a colocação de ratos e baratas nas vaginas de mulheres. Ustra também costumava levar os interrogados para  verem corpos de militantes. “Se você não falar, vai acabar assim”, dizia.

O herói de Bolsonaro também se divertia levando os filhos para ver as mães serem torturadas.


O coronel Ustra também foi condenado, em 2008, pela tortura e morte de Luiz Eduardo Merlino.
Apesar de ter morrido em 2015, Ustra segue ameaçando a vida, liberdade e a democracia dos brasileiros por meio de seus seguidores, sendo o principal deles o candidato Jair Bolsonaro. Ao contrário do título das memórias do coronel, essa verdade jamais poderá ser sufocada.

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