Coagir voto de funcionários é ilegal, como no caso da Havan, alerta Ministério Público do Trabalho

Luciano Hang, dono da Havan. Foto: Reprodução/Facebook Luciano Hang
DCM - 02/10/2018

Do UOL.
O MPT (Ministério Público do Trabalho) divulgou nota oficial nesta segunda-feira (1º) alertando para o fato de que empresas e empresários não podem coagir, impor ou direcionar o voto de seus funcionários. Segundo o órgão, tal prática pode configurar assédio moral.
A manifestação do MPT não cita nomes, mas veio no mesmo dia em que o dono das lojas Havan, Luciano Hang, publicou vídeo no qual diz a funcionários que sua empresa pode deixar de criar empregos se o PT vencer a eleição. Hang apoia Jair Bolsonaro (PSL).
“Depois não adianta mais reclamar. Se você não for votar, se anular o seu voto, se votar em branco, e depois do dia 7, lamentavelmente, ganha a esquerda e nós viramos uma Venezuela, vou dizer para vocês: até eu vou jogar a toalha”, disse o empresário. 

Hang disse ao jornal Folha de S. Paulo que sua intenção não foi coagir seus empregados. O empresário afirmou que vai repensar seu planejamento estratégico de expansão e falou até em risco de demissões em caso de vitória eleitoral petista.
Sem citar o caso Havan, o MPT faz um alerta a empresários. “Se ficar comprovado que empresas estão, de alguma forma e ainda que não diretamente, sugestionando os trabalhadores a votar em determinado candidato ou mesmo condicionando a manutenção dos empregos ao voto em determinado candidato, essa empresa vai estar sujeita a uma ação civil pública, inclusive com repercussões no sentido de indenização pelo dano moral causado àquela coletividade”, disse o procurador-geral do trabalho, Ronaldo Curado Fleury, em declaração divulgada pelo MPT.
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