Lula, cinco meses em Curitiba: injustiça, democracia e esperança
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“Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais poderão deter a chegada da primavera”. Talvez essa tenha sido a frase mais emblemática, profética e simbólica do histórico discurso proferido por Lula naquele 07 de abril de 2018 no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Ali, Lula se preparava para enfrentar uma terrível e injusta prisão, que nesta sexta-feira, 07 de setembro, completa 5 meses.
No histórico discurso, o presidente Lula assegurou: “Quantos mais dias eles me deixarem lá, mais Lulas vão nascer neste país e mais gente vai querer brigar neste país, porque numa democracia, não tem limite, não tem hora para a gente brigar”.
No dia 07 de setembro, em que o Brasil celebra seus primeiros passos como uma nação independente – ao mesmo tempo em que lamenta os episódios violentos dos últimos dias – revisitar a íntegra do discurso de Lula é como vivenciar uma aula de esperança, de resgate da auto-estima, de crença no país e no nosso futuro. É também reafirmar o compromisso com a democracia no país, e relembrar as injustiças cometidas contra Lulaaté sua prisão e depois dela.
Em sua luta cotidiana para assegurar seus direitos políticos e de cidadão, Lula coleciona injustiças contra si – que aumentam em proporção direta ao seu crescimento nas pesquisas eleitorais. Crescem também as manifestações de apoio ao ex-presidente no Brasil e no exterior e a convicção de que ele é vítima de perseguição e de processos politizados e partidarizados.
Visita emocionada
Na tarde de ontem (06/09), a presidenta eleite Dilma Rousseff esteve com Lula em Curitiba, e falou sobre a emoção de estar ao lado do presidente. Em conversa com os jornalistas após a visita, afirmou que a visita “foi muito boa”. Dilma contou que, durante o duro processo de impeachment que enfrentou, “em momento algum eu chorei. Nunca eu chorei”. E explicou por que: “eu não choro na frente de inimigo, não choro”.
Na tarde de ontem (06/09), a presidenta eleite Dilma Rousseff esteve com Lula em Curitiba, e falou sobre a emoção de estar ao lado do presidente. Em conversa com os jornalistas após a visita, afirmou que a visita “foi muito boa”. Dilma contou que, durante o duro processo de impeachment que enfrentou, “em momento algum eu chorei. Nunca eu chorei”. E explicou por que: “eu não choro na frente de inimigo, não choro”.
Dilma lembrou que tampouco chorou quando foi presa e torturada pela ditadura militar (1964-1985) mas que “quando se trata do presidente Lula, e da absurda injustiça” cometida contra Lula, a ex-presidenta confidenciou que “com ele eu choro. Eu lembro dele e choro”. Para Dilma, “não há injustiça maior do que você condenar uma pessoa inocente.
Na avaliação da petista, a prisão de Lula representou a terceira etapa do golpe. “A primeira é o meu impeachment, a segunda é aprovar no Congresso uma pauta que não foi legitimada pelas eleições, e a terceira etapa é prender o Lula e impedir que ele seja candidato”.
A ex-presidenta destacou, ainda que existem diversos candidatos que disputam e que disputaram outras eleições estando com seu registro sub-judice, mas que “para o Lula isso não vale”. Além disso, aludindo à sentença proferida pelo juiz Sérgio Moro (e depois reafirmada pelo TRF-4), Dilma afirmou: “estamos vendo que condenaram o Lula dizendo que o crime era indeterminado”. Para ela, “se a moda pega”, as pessoas poderão passar a ser todas condenadas sem sequer saber por quê: “É fundamental numa democracia que todos sejam iguais perante a lei”.
Brasil, ONU e auto-estima
Na leitura de Dilma, os brasileiros compreendem, a cada dia mais, que “há uma perseguição ao Lula” em curso e que “não bastou o Comitê de Direitos Humanos da ONU dizer que tinha que garantir os direitos políticos do presidente Lula. Que ele tinha de concorrer à presidência”.
Na leitura de Dilma, os brasileiros compreendem, a cada dia mais, que “há uma perseguição ao Lula” em curso e que “não bastou o Comitê de Direitos Humanos da ONU dizer que tinha que garantir os direitos políticos do presidente Lula. Que ele tinha de concorrer à presidência”.
Dilma explicou que, com a decisão do TSE do dia 31/08, de recusar o registro da candidatura de Lula, o Brasil passou a considerar as decisões da ONU como não mandatórias. “É uma grande surpresa”, disse a ex-presidenta. “Porque nós ajudamos a fundar a ONU. Nós somos responsáveis pela construção da ONU”, afirmou. Dilma ressaltou que a importância do Brasil na ONU pode ser compreendida pelo fato de que é justamente o presidente brasileiro o responsável por abrir, todo ano, a Assembleia-Geral da organização.A decisão do TSE de não cumprir a decisão do Comitê representou, portanto, “um desprestígio imenso” do Brasil à ONU, além de uma perigosa ação em relação à comunidade internacional.
A ex-presidenta destacou, por fim, estar “vendo uma energia muito boa no povo brasileiro. Uma energia de transformação, de esperança”, de desejo de resgate da auto-estima. Para ela, “o presidente Lula teve papel muito importante na construção da esperança do Brasil, não só da esperança, mas da auto-estima do país”.
Para Dilma, a consciência da população brasileira a respeito de tudo que ocorreu no Brasil nos últimos anos é crescente, e “essa eleição traz um momento de grande conscientização”.
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