A carta de FHC: canalhas não fazem apelos, fazem negócios. Por Fernando Brito
POR FERNANDO BRITO · 20/09/2018
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Confesso que só fui ler a carta-apelo de Fernando Henrique Cardoso, onde ele pede uma união contra os candidatos “extremistas” porque os comentaristas do blog pediram que eu a comentasse.
Fui ler, obrigado, porque o pretenso “pai da pátria” que FHC se arvora ser é um conto da carochinha que, por isso mesmo, só tem repercussão na opinião pública pelo retrato inapelável de decadência que reflete.
Não há ali nada que se aproveite.
Tudo ali é como ele: opaco, vago na forma e covarde no conteúdo.
Não, não é o velho presidente fazendo um apelo antifascista.
É o velho canalha enfiando no mesmo saco do extremismo de Jair Bolsonaro um candidato como Fernando Haddad, que ele sabe estar a anos-luz disso, e que, segundo ele, “representa um líder preso por acusações de corrupção”.
Ele tem dúzias destas e nenhuma foi avante porque, ao contrário do que faz, não foi vítima de perseguição política.
Vagabundo, desavergonhado, lixo humano que não envelheceu: apodreceu.
Já tenho idade suficiente para saber o que é envelhecer com dignidade. É ser tolerante com tudo que é tolerável e intolerante com o que é intolerável.
Um homem que viveu o regime de 64, que viu amigos exilados, mortos, torturados pela ditadura que Bolsonaro endeusa e não tem coragem sequer pelos seus mortos, de gritar “ele não”?
Um homem que ajudou a levar ao poder o lixo do “é o que temos” em lugar de uma mulher que, gentil, relevou o que ele fez em homenagem aos, então, seus provectos 80 anos?
FHC não é capaz sequer de, ainda que em homenagem a sua história remota, lançar um chamado à união contra o fascismo.
Quer limpar a barra de seu golpismo e do golpismo do PSDB, que nos atirou neste caos.
Está, apenas, puxando a brasa para si. Que arda nela!
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