Tijolaço: O traidor virou traído e declara seu amor de morte

POR  · 16/08/2018


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Viu a entrevista de Michel Temer à Folha, onde ele pergunta “quem o governo apoia?” e dá a resposta demolidora?
– Parece que é o Geraldo Alckmin, né?
Não viu? Não se preocupe, você vai vê-la – e é possível que em versão piorada – durante a campanha eleitoral.
Porque os adversários do tucano encarregar-se-ão, como escrever-se-ia em “temerês”, de lambuzar-lhe a imagem com a pecha infame de “candidato do Temer”.
No seu imerecido exílio de luxo no Planalto, Michel Temer destila, filtra e apura a sua peçonha.

É óbvio que sabe que a maior vingança que tem para desfechar sobre o PSDB é a do famoso Paulo Preto, o diretor dos desvios do Rodoanel que José Serra disse nem conhecer:
– Não se abandona um líder assim, à beira da estrada…
“Os partidos que deram sustentação ao governo, inclusive o PSDB, estão com ele [Alckmin]”, diz o já ex-presidente na prática, reduzido a um minúsculo animal político que tem no ferrão venenoso a única forma de interferir no quadro sucessório.
Vai usá-lo, como o escorpião  usou-o ao sapo, não apenas porque é de sua natureza vaidosa e mesquinha, mas porque é apenas o que tem para continuar existindo politicamente, agora que está numa rua fria onde ninguém lhe abre a porta.
O amante seco e murcho, a quem achavam “até bonito”, que tudo entendia de romances, que ia unir o país, que nos tiraria do caos e abriria as portas do paraíso,  só tem agora a vingança da música de Noel Rosa: vai dizer em praça publica que abrigou o PSDB, que o recebeu em suas intimidade e que até pagou-lhe a comida com cargos e posições.
É o último desejo de Temer, e que Geraldo Alckmin não pode negar, porque não pode repelir o óbvio e renegar o amor que os uniu no golpe.
Sabe que tem um só poder, o do abraço do afogado e não hesitará em usá-lo.

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