Greenwald: Assange provavelmente será preso no Reino Unido após ser despejado pelo Equador

O co-fundador do WikiLeaks, Julian Assange, faz um discurso perante jornalistas e manifestantes de uma varanda da Embaixada do Equador em Londres.
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Sputnik News - 14/08/2018

O Reino Unido e o Equador vêm empreendendo esforços diplomáticos para resolver a questão de Julian Assange, que há seis anos vive exilado na embaixada do Equador. O fim da longa disputa diplomática está próximo do fim, afirmou o jornalista que trabalhou no caso Snowden, Glenn Greenwald.
O presidente equatoriano Lenín Moreno admitiu publicamente na semana passada que "nunca esteve a favor" de asilar Assange. Moreno afirmou que tem trabalhado para expulsar o hóspede problemático.
WikiLeaks founder Julian Assange is seen on the balcony of the Ecuadorian Embassy in London, Britain, May 19, 2017
© REUTERS / PETER NICHOLLSPE
Em entrevista à ABC News, o jornalista norte-americano ganhador do Pulitzer, Glenn Greenwald, afirmou que o Equador vem enfrentando pressão da Espanha, do Reino Unido e dos Estados Unidos em meio ao caso de Assange.
Segundo Greenwald, o único impedimento para retirar o asilo de Assange é sua cidadania equatoriana, concedida em 2016. O Reino Unido e o Equador estão agora "pensando em tentar retroativamente rescindir a cidadania, e trabalham nos detalhes finais".
O jornalista supostamente será preso no momento em que pisar fora do terreno da embaixada. Ele deveria ter comparecido a uma audiência de extradição para a Suécia em 2012, mas preferiu se instalar na propriedade equatoriana, sendo protegido politicamente pelo então presidente Rafael Correa.

Greenwald defendeu que a extradição de Assange para os EUA caberia aos juízes do Reino Unido, já que eles são "mais independentes" de Washington do que seu governo.
Julian Assange atraiu a atenção internacional em 2010, quando seu projeto WikiLeaks revelou grandes quantidades de documentos sigilosos e sensíveis sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque, provocando um escândalo internacional. Washington lançou uma investigação sobre o WikiLeaks e processou Assange sob a Lei de Espionagem.
Logo após os escandalos, Assange enfrentou acusações de abuso sexual e estupro de duas mulheres suecas, o que ele nega e diz ser uma denúncia  politicamente motivada. Em dezembro de 2010, ele foi preso pela polícia de Londres e libertado sob fiança. Temendo extradição para a Suécia e em seguida, aos EUA, o jornalista rompeu sua fiança e buscou refúgio na embaixada equatoriana em Londres em junho de 2012, onde vive desde então.
Promotores suecos já abandonaram a investigação criminal desde maio de 2017, mas o Reino Unido se recusa a reconsiderar a pena do ativista por não ter comparecido à audiência há seis anos. Como não tem salvo-conduto para deixar a embaixada, Assange se protege sob a égide da inviolabilidade diplomática, que determina a impossibilidade de ação de autoridades locais dentro das instalações do Estado em território estrangeiro (exceto em casos de comum acordo).

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