A ‘Imobiliária Temer’ não vira escândalo para deixar Temer esquecido
POR FERNANDO BRITO · 09/08/2018
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A revista Piauí publica um detalhado levantamento sobre a “Imobiliária Temer” , sob o título “Minhas Casas, Minha Vida”, onde se mostra a evolução do patrimônio do atual – e quase esquecido – ocupante do Palácio do Planalto.
Dois parágrafos, das dezenas onde meticulosamente quando, como e por quanto foi construída a “Imobiliária”:
Michel Temer, as três filhas do primeiro casamento, sua atual mulher e o caçula têm hoje um patrimônio imobiliário concentrado nessa faixa da cidade [o corredor Alto de Pinheiros, Pinheiros, Itaim Bibi e Vila Olímpia] que vale pelo menos 33 milhões de reais. Quase tudo foi adquirido nas últimas duas décadas, período que coincide com a ascensão política do patriarca, de deputado suplente a presidente da República.
De janeiro de 1998 até agora, a família Temer movimentou 61,7 milhões de reais na compra e venda de imóveis na Zona Oeste paulistana, conforme um levantamento inédito feito pela piauí. Nesses vinte anos, o patrimônio imobiliário do clã Temer aumentou quase cinco vezes – passou de 6,8 milhões para os atuais 33 milhões de reais (os valores descritos nesta reportagem foram sempre corrigidos pelo IGP-DI de março de 2018). Curiosamente, o presidente ficou mais pobre, ao contrário de Marcela e dos filhos, beneficiados por doações do patriarca.
O repórter Allan de Abreu enfiou-se nos registros de cartório e desenha, com detalhes, o latifúndio urbano dos Temer, ao lado dos que também fizeram os seus amigos de anos José Yunes – o homem do envelope de R$ 1 milhão de Lúcio Funaro – e o coronel João Batista Lima, cais do porto da Rodrimar.
Vale a leitura, num país que vive eleições anormais porque um ex-presidente é acusado por um apartamento a ele “atribuído” – seja lá o que for isso e por frequentar um sítio que não é seu.
A “Imobiliária Temer”, porém não será um escândalo, pois tudo o que se quer de Temer, hoje, é que fique escondido, quieto e esquecido e não atrapalhe seu candidato “clandestino”, Geraldo Alckmin.
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